Cazaquistão: Protestos deixaram pelo menos 225 mortos
15 de janeiro de 2022"Durante o estado de emergência, foram admitidos nas morgues 225 corpos, dos quais 19 eram de agentes das forças da ordem e de militares", afirmou um representante da Procuradoria-Geral do Cazaquistão, Serik Shalabaev, este sábado (15.01), durante uma conferência de imprensa, citado pelas agências de notícias AFP e EFE.
Entre os mortos, estão "bandidos armados" que participaram nos ataques a edifícios públicos e contra elementos das forças de segurança, acrescentou o representante das autoridades Serik Shalabaev.
Nos 4.353 feridos identificados, há 3.393 elementos das forças de segurança, segundo a mesma fonte.
Os números anteriores das autoridades do Cazaquistão referiam 164 mortose cerca de mil feridos nos protestos dos primeiros dias deste ano, que começaram por ser manifestações contra o aumento dos preços do gás liquefeito e que as autoridades consideraram ser uma tentativa de golpe de Estado, que reprimiram com violência.
O presidente do Cazaquistão, Kassim-Jomart Tokayev, escreveu no Twitter, na sexta-feira (14.01), que nos "trágicos acontecimentos de janeiro" e do estado de emergência que se seguiu foram detidas "aproximadamente 2.000 pessoas por diferentes delitos".
A Procuradoria-Geral do Cazaquistão fez saber, este sábado (15.01), que estão em investigação 546 processos e que 44 deles estão relacionados com suspeitas de terrorismo.
Estão em centros de detenção temporária 672 pessoas suspeitas de delitos e cerca cem foram libertadas por falta de provas, acrescentou Shalabaev.
As autoridades do Cazaquistão já tinham justificado a repressão das manifestações com a suspeita de terrorismo e tentativa de golpe de Estado.