CEDEAO quer limite de três filhos por mulher até 2030
23 de julho de 2017Dirigentes políticos dos 15 países membros da CEDEAO, juntamente com a Mauritânia e o Chade, anunciaram este sábado (22.07) que querem limitar a três o número de filhos por mulheres, a fim de reduzir para metade, até 2030, as taxas de natalidade.
"Os parlamentares da CEDEAO, Mauritânia e Chade concordaram que, até 2030, os Parlamentos devem encorajar os governos a implementar políticas para assegurar que cada mulher (...) tem no máximo três filhos para controlar o crescimento da população”, disse o presidente do Parlamento do Burkina Faso, Salifou Diallo, numa reunião regional sobre a demografia que teve lugar no sábado, em Ouagadougou.
Com uma taxa de natalidade de 5,6 filhos por mulher, a mais elevada do mundo, a população do espaço da CEDEAO chegará, em 2050, aos mil milhões de pessoas. Metade serão jovens, segundo dados da Organização das Nações Unidas.
"Acreditamos que, quando as taxas de crescimento dos países se situam nos 5% a 6%, com uma taxa de natalidade entre os 6% e os 7%, estamos perante uma situação demográfica descontrolada e não podemos esperar qualquer desenvolvimento”, afirmou Salifou Diallo.
Equilíbrio entre crescimento populacional e económico
Segundo o presidente do Parlamento burkinabé, "é urgente conter o crescimento da população no espaço da CEDEAO para promover um verdadeiro desenvolvimento sustentável”.
Para isso, os deputados devem, nos seus respetivos países, adotar estratégias para "facilitar uma rápida e voluntária diminuição da natalidade, através do acesso universal ao planeamento familiar, aumento do nível de educação das mulheres e dos esforços para garantir a sobrevivência das crianças”.
Por sua vez, o presidente do Parlamento do Benim, Adrien Houngbédji, sublinhou que cabe às autoridades "definir o equilíbrio indispensável entre o controlo da natalidade e a melhoria da qualidade de vida da população ativa”.
Para o Presidente da Comissão da CEDEAO, Marcel de Souza, é necessário reduzir a taxa de natalidade "para metade” e "indexar a taxa de crescimento da população, que é muito forte, à taxa de crescimento económico, que é muito moderado”.
"A juventude representa dois terços da população. Quando os jovens não conseguem encontrar soluções, tornam-se uma bomba: atravessam o deserto ou o Mediterrâneo, morrendo aos milhares na imigração ilegal”.