Líder alemão diz que Ucrânia não aceitará "ditadura russa"
8 de maio de 2022Nos seus comentários, divulgados pelo seu gabinete antes do discurso transmitido na televisão, Olaf Scholz criticou a invasão russa do seu vizinho, dizendo estar "profundamente convencido" de que o Presidente Vladimir Putin não iria ganhar o conflito.
"A Ucrânia vai prevalecer. A liberdade e a segurança vencerão, tal como a liberdade e a segurança triunfaram sobre a servidão, a violência e a ditadura há 77 anos", disse Scholz.
Falando no dia em que a Alemanha comemora a rendição dos nazis, o chanceler afirma: "Este é um 8 de maio como nenhum outro".
"A força bruta voltou a atacar no centro da Europa. O exército russo mata homens, mulheres e crianças na Ucrânia, reduz as cidades a escombros e até ataca aqueles que estão em fuga", disse Scholz.
Scholz recordou como russos e ucranianos já lutaram juntos e fizeram grandes sacrifícios para derrotar o "nacional-socialismo assassino da Alemanha".
Agora, disse o chefe do Governo alemão, "Putin quer subjugar a Ucrânia, destruindo a sua cultura e identidade". "O Presidente Putin equipara mesmo a sua guerra bárbara de agressão à luta contra o nacional-socialismo. Isto é falsificar a história e é malicioso. É nosso dever afirmá-lo claramente".
"Na situação atual, isto só pode significar que defendemos a justiça e a liberdade do lado dos atacados. Apoiamos a Ucrânia na luta contra o agressor. Não o fazer significaria capitular a pura violência - e dar poder ao agressor. Ajudamos para que a violência possa chegar ao fim".
Política externa durante a guerra
Scholz disse que quatro princípios claros estão em jogo na política externa da Alemanha durante a guerra.
"Primeiro, nenhuma ação unilateral alemã! O que quer que façamos, coordenamos da forma mais próxima possível com os nossos aliados - tanto na Europa como do outro lado do Atlântico. Segundo: Em tudo o que fazemos, temos de ter o cuidado de manter a nossa própria capacidade de defesa! E decidimos equipar consideravelmente melhor a Bundeswehr [exército], para que possa continuar a defender-nos no futuro. Terceiro: Não faremos nada que nos prejudique a nós e aos nossos parceiros. E quarto: Não tomaremos qualquer decisão que faça com que a NATO se torne uma parte beligerante".
Mas em referência à pressão sobre a Alemanha para acelerar a transição das importações de gás natural russo, Scholz afirmou: "Não estamos simplesmente a fazer tudo o que nos é exigido", acrescentando que ″jurei na minha posse evitar danos ao povo alemão - isso inclui proteger o nosso país e os nossos aliados do perigo".
Na manhã deste domingo, o Presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, no seu discurso para marcar os 77 anos do fim da II Guerra Mundial, acusou o seu homólogo russo de implantar "o pesadelo" com a guerra na Ucrânia.