Chefe da diplomacia alemã visita cidade ucraniana de Kharkiv
10 de janeiro de 2023A Ministra dos Negócios Estrangeiros alemã, Annalena Baerbock, visitou esta terça-feira (10.01) a cidade ucraniana de Kharkiv, tornando-se o primeiro membro do Governo Federal alemão a ver a zona marcada pela guerra.
Trata-se da primeira deslocação de um alto funcionário ocidental a Kharkiv. Muitos líderes ocidentais estiveram na Ucrânia desde a invasão russa a 24 de fevereiro, incluindo o chanceler alemão, Olaf Scholz, no entanto, nenhum chegou ao extremo leste, onde as tropas russas tomaram vários territórios.
Na viagem, sem aviso prévio por razões de segurança, Baerbock foi acompanhada pelo homólogo ucraniano, Dmytro Kuleba, e pelo Embaixador da Ucrânia na Alemanha, Oleksii Makeiev.
Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, com mais de 1 milhão de habitantes, e próxima da fronteira russa, tem sido alvo de recentes ataques.
"Acima de tudo quero ouvir os residente tão duramente atingidos pela guerra neste inverno rigoroso em que as temperaturas descem à noite para -15 graus Celsius", disse.
Mais ajuda humanitária
Na sua terceira visita à Ucrânia, Annalena Baerbock prometeu mais ajuda humanitária - incluindo geradores, combustível e cobertores -, bem como "mais entrega de armas".
"Em todas as partes da Ucrânia, de Kharkiv a Kherson e Kyiv, as pessoas devem saber que podem contar com a nossa solidariedade e apoio", frisou.
A passagem por Kharkiv incluiu uma paragem num hospital infantil e uma visita ao distrito, fortemente danificado do nordeste, Saltivka.
A deslocação acontece dias após a decisão do governo alemão de enviar 40 veículos blindados Marder, até a primavera, embora Kiev continue a exigir entregas de tanques de guerra alemães do tipo Leopard.
Adesão da Ucrânia à União Europeia
Baerbock falou também sobre o processo de adesão da Ucrânia à União Europeia (UE). A Ucrânia, juntamente com a Moldávia, recebeu o estatuto de candidato à UE em junho, mas representantes de vários Estados-membros já os haviam alertado para não terem ilusões quanto a uma adesão rápida.
"É importante para mim que não percamos de vista o lugar da Ucrânia na nossa família europeia, mesmo neste inverno de guerra. Os ucranianos também lutam todos os dias pelo direito de viver de forma independente. Eles veem o seu futuro na Europa, na UE", insistiu Baerbock.
O Governo alemão, sublinhou a chefe da diplomacia alemã, "pretende fazer ofertas muito concretas a Kiev de modo a avançar no reforço do Estado de direito, das instituições independentes e na luta contra a corrupção".
Kharkiv foi alvo de vários bombardeamentos no início do conflito, mas as forças ucranianas conseguiram defendê-la. Atualmente, a frente de combate já se afastou e está agora a cerca de 130 km da cidade.