Famílias sofrem de cheias no Niassa
13 de junho de 2016Trata-se de famílias que viviam em zonas baixas e que viram as suas casas precárias e outros bens destruídos pela fúria das águas. A situação das famílias é considerada calamitosa, apesar de já terem sido reassentadas em zonas mais altas. As famílias tentam ambientar-se e reorganizar as suas vidas. O objetivo é esquecer o drama vivido no terreno e regressar ao dia-a-dia normal. Mas não é fácil.
Durante uma recente visita àquela zona de reassentamento, efetuada pela equipa de reportagem da DW Africa, o chefe do centro de reassentamento João Falenza admite que o calor nas tendas causa enormes dificuldades aos moradores, tanto no período noturno como no diurno: "A partir das nove, dez, onze e até as dezassete horas ninguém consegue entrar nas tendas. O sol está aquecer muito, só conseguimos entrar nas tendas a partir das dezassete ou dezoito horas, mas também com sofrimento", salienta João Falenza.
Calor, falta de energia e ameaça de animais selvagens
Como forma de aliviar o sofrimento a maior parte das famílias reassentadas naquele centro já começou a fabricar tijolos para a construção de casas próprias nos terrenos distribuídos pelo governo.
Herita Binaly, uma das mulheres reassentadas naquela zona, em entrevista à DW África, não esconde a sua preocupação, afirmando que os seus familiares têm enormes dificuldades em dormir. O calor constitui o principal problema, mas também a existência de animais ferozes na zona, "bichos que invadem regularmente o acampamento à procura de comida". Outro grande problema, segundo Herita Binaly, é a falta de corrente elétrica."
Autoridades dizem que não há dinheiro para mais apoios
A presidente do conselho municipal da vila de Metangula, em entrevista à DW África, afirma estar ciente das preocupações que são levantadas pelas vitimas das cheias, e avança que os primeiros socorros já foram dados.
Sara Mustafá descarta a possibilidade de disponibilização de mais apoios para aquelas famílias, alegadamente porque tanto a edilidade como o governo estariam sem dinheiro: "Tivemos muitos apoios vindos de todas as partes, que já distribuimos às pessoas para conseguirem construir casas condignas." Segundo a edil também já teria sido construído um poço de água. Agora faltaria "apenas a instalação de energia".