Chissano diz que debate sobre candidato precisa de impulsos
5 de abril de 2024A Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) tem de dar os "impulsos necessários para este debate" sobre o futuro candidato do partido no poder às eleições presidenciais de 9 de outubro, afirmou Chissano, em declarações ao canal público Televisão de Moçambique.
O antigo chefe de Estado moçambicano (1986-2005) falava à margem da reunião do Comité Central da FRELIMO, que se inicia hoje na cidade da Matola.
Trata-se de um "debate nacional, o que vai sair daqui [da reunião do Comité Central], vai provocar muita reflexão" no país.
Armando Guebuza, também antigo chefe de Estado, disse que o tema da escolha do futuro candidato da FRELIMO à Presidência da República é incontornável.
"Naturalmente, eu penso que sim", que vai ser debatido, disse Guebuza, não se alongando sobre o assunto.
O histórico militante da Frelimo Óscar Monteiro exigiu que a sucessão do atual Presidente da República e da FRELIMO, Filipe Nyusi, na candidatura à Presidência da República seja incluída na agenda da reunião dos veteranos da organização, que se realizou na quinta-feira.
"Um elefante na sala"
"Há um elefante nesta sala (...) a sucessão do poder, estamos demasiado atrasados e arriscamos a vitória [nas eleições gerais de outubro próximo], se continuarmos neste caminho", afirmou.
O militante dirigia-se diretamente ao Presidente da República e da Frelimo, no início da reunião do Conselho Nacional da Associação dos Combatentes de Luta de Libertação Nacional (ACLLIN), um braço político do partido no poder.
Também na quinta-feira (04.04), Filipe Nyusi defendeu que a reunião do Comité Central da Frelimo deve ser debatida "sem sensacionalismo".
"Este não é momento de busca de protagonismo individual que só serve para alimentar debates sensacionalistas", declarou Filipe Nyusi, durante o discurso de encerramento da reunião da ACLLIN.
A reunião do Comité Central da FRELIMO que arranca hoje tem gerado a expetativa de num eventual debate em torno da sucessão de Filipe Nyusi como candidato a Presidente da República nas eleições de outubro.
A agenda anunciada no final da noite de hoje pela Comissão Política do partido para a reunião do Comité Central não faz referência ao debate sobre a sucessão de Nyusi, que está constitucionalmente impedido de voltar a concorrer para a Presidência porque cumpre atualmente o segundo mandato na chefia de Estado, depois de ter sido eleito em 2015 e em 2019.