Moçambique: Ciclone deixa distritos incontactáveis no norte
11 de março de 2022Os distritos costeiros da província de Nampula, norte de Moçambique, estão incontactáveis desde que foram atingidos, na madrugada desta sexta-feira (11.03), pelo ciclone Gombe, adianta a agência de notícias Lusa, citando uma fonte da proteção civil.
"Os distritos ficaram incontactáveis" e as equipas que estão na região ainda não podem avançar para o terreno por falta de condições de segurança, uma vez que o ciclone continua ativo, referiu fonte oficial do Centro Nacional Operativo de Emergência (Cenoe).
"O fenómeno continua a fustigar os distritos, não há energia, não há comunicações via telefone e é isso que está a dificultar a informação sobre o real impacto" da tempestade, acrescentou.
As equipas do Instituto Nacional de Gestão de Desastres (INGD) estão prontas a aguardar "orientações do Instituto Nacional de Meteorologia (INAM) de que podem ir para o terreno".
Segundo o correspondente da DW na cidade de Nampula, pelo menos uma pessoa morreu esta manhã no bairro de Namicopo, na sequência da chuva e ventos fortes que se fazem sentir desde as 23h00 de quinta-feira. Boa parte da província está sem corrente elétrica.
Tempestade a caminho da cidade de Nampula
A tempestade Gombe chegou à costa moçambicana pelas 03:00 (01:00 em Lisboa) na categoria de ciclone intenso com chuva torrencial e vento de 165 quilómetros por hora, com rajadas superiores a 200, anunciou o centro meteorológico francês da ilha de Reunião.
Aquele centro que vigia os ciclones no sudoeste do oceano Índico, indica que o Gombe entrou em terra entre as povoações de Mogincual e Terrene, 50 quilómetros a sul da Ilha de Moçambique, na província de Nampula, a mais povoada do país. Naquela província vive um quinto dos cerca de 30 milhões de moçambicanos.
A zona continua sob chuva e vento ciclónicos à medida que a tempestade avança em direção à cidade de Nampula, capital provincial (150 quilómetros para o interior), onde as condições meteorológicas têm estado a degradar-se desde a madrugada, disseram residentes à Lusa.
A tempestade Gombe atinge Moçambique dois anos depois de os ciclones Idai e Kenneth terem fustigado, respetivamente, as regiões centro e norte do país naquela que foi uma das mais severas épocas chuvosas de que há memória.