Cidade do Lubango mergulhada no lixo
19 de janeiro de 2017A situação alastra-se desde os finais de 2014, altura em que as empresas de recolha de resíduos sólidos da cidade do Lubango, capital da província angolana da Huíla, renunciaram a tarefa por falta de verbas.
Com as chuvas que se fazem sentir a situação tornou-se mais complicada, principalmente quando se sabe que a falta de saneamento básico concorre para o aumento do surgimento de doenças diarreicas agudas e outras. Daí que os munícipes temem pelo agravamento da situação.
Citadinos agastados
Sérgio Miranda, de vinte e cinco anos de idade, reclama da situação: ¨Este lixo é um atentado a saúde publica e está mesmo no centro da cidade, é feio. Seria bom que as autoridades resolvessem a situação, porque para além das crianças que brincam à volta do lixo, há moradores que vivem próximo do local. E neste tempo chuvoso nem há valas de drenagem. Apelo a administração municipal que coloque contentores para se depositar o lixo.¨
Américo Jorge Tchicolomuenho, morador do bairro comercial, diz que desde 2014 a recolha de lixo na sua zona é deficitária. Ele acusa a Administração Municipal do Lubango de ter recolhido os contentores onde se depositava o lixo: ¨Este lixo já esta aí desde o ano de 2014, [a cidade] está mesmo muita suja. Vimos que a administração Municipal do Lubango o começou a recolher os contentores de lixo no ano passado, mas ninguém sabe onde colocou-os. Agora o lixo é atirado para o chão e fica ao ar livre, o que é muito mau.¨
Osvaldo Clementino Safeca diz que a situação da cidade do Lubango é uma lástima, depois de no passado a cidade ter sido considerada o jardim de Angola: ¨ É triste, mesmo. Do jeito que a cidade está agora com este nosso novo governador é uma lástima. Em frente ao Comando Provincial de Bombeiros há um montão de lixo desde o ano antepassado, até aqui não se consegue por fim ao problema do lixo. E não é só aqui [que há lixo], há também nos arredores da cidade.¨
Autoridades assumem que faltam verbas
O administração municipal do Lubango reconhece os problemas e apela para a participação dos munícipes na resolução. Francisco Barros diz que não tem verbas para remunerar as empresas: "Temos dificuldades de o fazer [recolha do lixo], o acumular dos resíduos sólidos é cada vez mais visível sobretudo nas periferias. As empresas apresentam atrasos no cumprimento dos contratos em termos de pagamento. Mas estamos a fazer de tudo, infelizmente ainda não atingimos o que poderíamos considerar um trabalho de excelência."
A DW África procurou as empresas de recolha de lixo, mas estas preferiram não falar sobre o assunto.