Cimeira da NATO termina sem data para adesão da Ucrânia
12 de julho de 2023"Faremos um convite à Ucrânia para aderir à Aliança quando os Aliados estiverem de acordo e as condições estiverem reunidas", prometeu o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), Jens Stoltenberg.
Este anúncio deixou o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, à beira de um ataque de nervos. Através de uma publicação na rede social Twitter, Zelensky disse que "a incerteza é fraqueza".
O dirigente exigiu mais respeito pelo seu país e criticou a ambiguidade por causa da palavra "convite" e da imposição do cumprimento de condições. "É absurdo e sem precedentes que não haja um calendário quer para um convite, quer para a adesão da Ucrânia", frisou.
Mas Jens Stoltenberg recusa-se a falar em calendário, defendendo que "nunca houve um calendário. A adesão não é uma questão de calendário, mas uma questão baseada em condições, explicou.
"O importante é que dispomos dos instrumentos necessários para garantir que a Ucrânia avance para a adesão, temos, pela primeira vez, o convite como parte da linguagem e, pela primeira vez, eliminámos os requisitos para um plano de ação de adesão. Trata-se, portanto, de um grande passo para garantir que a Ucrânia se torne membro da aliança", sublinhou.
"Ucrânia fará a NATO mais forte"
Entretanto, o Presidente ucraniano, que discursará hoje perante os 31 líderes dos países membros da NATO, apareceu ontem de surpresa perante milhares de pessoas na maior praça de Vilnius, cidade na Lituânia onde decorre a cimeira da NATO.
Em plena guerra contra a invasão russa, Zelenksy agradeceu o apoio que o seu país tem recebido. E voltou a insistir que a Ucrânia precisa fazer parte da Aliança Atlântica: "A NATO garantirá a segurança da Ucrânia. A Ucrânia fará a NATO mais forte."
De acordo com o programa oficial da cimeira, Jens Stoltenberg e Volodymyr Zelensky vão dar uma conferência de imprensa conjunta, que antecederá a primeira reunião do novo Conselho NATO-Ucrânia.
Enquanto a adesão não acontece, os aliados da NATO garantem continuar a fornecer apoio à Ucrânia. Os Estados Unidos da América (EUA) prometem fornecer à Kiev bombas de fragmentação.
Mas o ministro da defesa russa, Serguei Choigu já avisou que Moscovo "usará meios de destruição similares". E recordou: "Isso prolongará o conflito. Nem a Rússia, nem os Estados Unidos, nem a Ucrânia aderiram à Convenção sobre Munições de Dispersão. Consciente da ameaça que essas munições representam para a população civil, a Rússia absteve-se e abstém-se de usá-las na operação especial na Ucrânia."