Clima de apreensão em Luanda antes do protesto no sábado
16 de junho de 2023Perto de um hipermercado, um guarda deu conta das suas preocupações enquanto tentava reunir alguns "trocos" para apanhar um táxi e regressar mais cedo a casa.
"Quero ir para casa cedo amanhã, antes de começar a guerra", disse a um cliente.
Uma empresa de limpezas ao domicílio explicou que antecipou os seus serviços para sexta-feira (16.06), já que decidiu encerrar no sábado (17.06) devido à realização da marcha convocada pela sociedade civil para protestar contra a subida dos preços do gasolina, o fim da venda ambulante e a proposta de lei de alteração dos estatutos das organizações não-governamentais (ONG).
Para as empresas de segurança privada, esta acaba por ser uma oportunidade de aumentar a faturação, já que muitas recomendam um "reforço" de segurança aos seus clientes, para salvaguarda do património e dos funcionários, afirmou à agência Lusa um responsável de uma construtora.
Embaixadas emitem alertas
Entretanto, as embaixadas dos Estados Unidos, Reino Unido e França publicaram alertas de segurança no seus 'sites' e redes sociais advertindo os seus cidadãos para as manifestações, aconselhando-os a evitarem multidões e deslocações e a manterem-se vigilantes nos próximos dias.
Apesar de a Polícia Nacional ter dito que, na capital angolana, não está a ser preparado qualquer dispositivo especial, são visíveis em vários pontos da cidade veículos da Polícia de Intervenção Rápida (PIR) a circular e um reforço do patrulhamento.