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Como combater a violência na Somália?

Jane Ayeko-Kümmeth | Reuters | AFP | EFE | Lusa | gs
18 de maio de 2017

Pelo menos três soldados somalis morreram em Mogadíscio ao intercetar um carro-bomba. Ataque foi reivindicado por grupo radical Al-Shabaab.

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Foto: picture alliance/AP Photo/M. Sheikh Nor

O carro foi descoberto, esta quarta-feira (17.05.), pelas forças de segurança em Mogadíscio, mas pelo menos três soldados morreram ao tentar desativar a bomba que estava na viatura.

"É muito triste que três elementos do corpo de segurança tenham sido vítimas de uma explosão enquanto cumpriam o seu dever para tentar salvar a vida dos somalis. Eles eliminaram o condutor do carro e tentavam desativar a bomba", afirmou o comandante da polícia, Yusuf Madale.

O grupo radical Al-Shabaab, com ligações à rede terrorista Al Qaeda, reivindicou a autoria do ataque. Desde que perdeu o controlo sobre vastas áreas do território para a missão da União Africana (AMISOM) e principalmente depois do Presidente Mohamed Abdullahi Mohamed ter anunciado uma nova ofensiva, a milícia somali leva a cabo ataques frequentes na capital e noutras regiões controladas pelo Governo.

Como combater a violência na Somália?

"Mais seriedade"

Apesar dos problemas de segurança na Somália, a analista Laura Hammond acredita que tem havido melhorias nos últimos tempos, em particular com a nova administração do país. Mas é preciso mais seriedade, diz.

"Não é necessária uma abordagem inteiramente nova, mas um compromisso sério em cumprir com as promessas feitas", comenta a especialista da Escola de Estudos Orientais e Africanos em Londres. "Até agora tivemos um esquema de segurança em que vários clãs e líderes regionais, através das suas próprias milícias, trabalharam em prol de interesses militares nacionais, mas não havia uma estrutura de comando para um exército nacional. Penso que é nisso que vão tentar trabalhar agora."

Na Conferência de Londres sobre a Somália, na semana passada, a comunidade internacional chegou a um compromisso sobre uma nova abordagem comum. Na altura, foi alcançado um acordo para reforçar a segurança, lutar contra a fome e relançar a economia somali. 

Somalia Hunger und Cholera fordern  mindestens 110 Todesopfer
Deslocados somalis num centro de acolhimento em MogadíscioFoto: picture alliance/AP Photo/F. Abdi Warsameh

Crise humanitária

A abordagem teve o apoio do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que se reuniu, esta quarta-feira, para debater a situação no país.

O Conselho de Segurança alertou para a deterioração da crise humanitária, que se agrava mais rapidamente do que a capacidade de resposta. A crise afeta mais de seis milhões de pessoas, incluindo mulheres e crianças, das quais apenas três milhões conseguiram ter acesso a comida.

Laura Hammond diz que é necessário mais empenho das autoridades. "O Governo somali comprometeu-se a abrir uma rede de estradas com urgência, o que é muito importante neste contexto", lembra a especialista.

As Nações Unidas dizem também que é necessário que haja um maior investimento do Governo no setor agrícola, que há 30 anos produzia o dobro do que produz atualmente.