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Comunidade internacional condena golpe de Estado no Mali

AFP | Reuters | Lusa | tms
20 de agosto de 2020

A União Africana, a União Europeia, os EUA e o Conselho de Segurança da ONU exigem que os militares libertem os políticos detidos. Entretanto, a CEDEAO reúne-se esta quinta-feira (20.08) para debater a situação.

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Mali Kati PK Putsch Anführer Ismael Wague
Ismael Wague, líder golpistaFoto: Getty Images/AFP/A. Risemberg

Os chefes de Estado das 15 nações que integram a Comunidade Económica  dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) vão discutir, por vídeoconferência, medidas para pôr fim à crise no Mali. Entretanto, a organização regional já condenou o golpe militar e adotou sanções, como o encerramento das fronteiras terrestres e aéreas com o Mali.

A condenação do golpe militar no Mali foi forte e rápida em vários cantos do mundo, refletindo a preocupação internacional sobre a instabilidade no Mali e na África Ocidental, de forma mais ampla, diante dos crescentes ataques de extremistas e a consequente crise económica, que tem sido um dos motores da migração ilegal para a Europa.

Apelo para uma solução negociada

Na Alemanha, a chanceler Angela Merkel disse que a União Europeia está a "trabalhar pela estabilidade e condições pacíficas no Mali" e que apoia os esforços da CEDEAO para encontrar uma solução política para a atual crise no país.

Mali I Ibrahim Boubacar Keita
Ibrahim Boubacar Keita, Presidente depostoFoto: Getty Images/AFP/M. Cattani

Nos Estados Unidos, o secretário de Estado Mike Pompeo condenou o golpe dos militares malianos e pediu a proteção dos líderes governamentais detidos.

Por seu turno, a União Africana suspendeu o Mali do bloco, enquanto o secretário-geral da ONU, António Guterres, e o Conselho de Segurança da ONU pediram a libertação imediata do Presidente Keita, do primeiro-ministro Boubou Cissé e outros políticos detidos pelos militares.

Após uma reunião de emergência esta quarta-feira (19.08), o porta-voz do secretário-geral da ONU disse que "o secretário-geral reitera os seus apelos a uma solução negociada e resolução pacífica e expressa o seu total apoio à União Africana e à CEDEAO nos seus esforços para encontrar uma solução pacífica para a crise atual”.

Os apelos da junta militar

Entretanto, a junta no poder em Bamako apelou esta quarta-feira (19.08) aos malianos a "prosseguirem livremente os seus negócios" e "retomarem as suas atividades de uma forma saudável", bem como ao fim do vandalismo, após o golpe de Estado no país.

O Comité Nacional para a Salvação do Povo (CNSP) "insiste" que a ação dos militares que fez cair o Presidente Ibrahim Boubacar Keita e o Governo resultou em "zero mortes". No entanto, de acordo com informações recolhidas pela DW África, há pelo menos quatro mortos e cerca de 15 feridos nos distúrbios em torno do golpe.

Os militares que forçaram a renúncia do Presidente Ibrahim Boubacar Keita afirmaram esta quarta-feira (19.09) que pretendem uma "transição política civil" que conduza a eleições gerais dentro de um "prazo razoável".

Esta é a minha cidade: Bamako

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