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Conflito na Ucrânia deixou a cidade de Kharkiv em ruínas

Paul Hirst | DW (Deutsche Welle)
24 de março de 2022

Kharkiv é das cidades mais afetadas pela guerra na Ucrânia, estando grande parte dos seus residentes refugiados no metro. Parte ocidental do país também foi atingida pelo conflito, por causa de um míssil hipersónico.

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Ukraine | Angriff auf Charkiw
Foto: Wolfgang Schwan/AA/picture alliance

Kharkiv transformou-se numa cidade-fantasma. Semanas de bombardeamentos pela Rússia transformaram zonas residenciais, hospitais e escolas em ruínas. E há mais mortos a cada dia que passa.

Os que ficaram na cidade, foram obrigados a refugiar-se nas estações de metro. É o caso de Katia, uma jovem mãe. "Estamos aqui desde 24 de fevereiro. Perto da nossa casa, a escola estava a arder. Tanques estavam a arder. Por isso, decidimos não voltar. Mas aqui está frio e as crianças ficam doentes. Apanham infeções nos olhos e tossem", relata.

A comida está a escassear em Kharkiv, as pessoas esperam durante horas por ajuda. Alguns dos que ficaram, esforçam-se por limpar destroços e ajudar na cidade, como Oleksandr.

"Honestamente, não me faz sentido abandonar a cidade. Não me junto às forças de defesa porque não tenho experiência militar. Mas posso ajudar a cidade com o meu trabalho", explica.

Kharkiv, que fica perto da fronteira com a Rússia, conseguiu resistir à opressão até agora. E espera aguentar tempo suficiente para sobreviver à guerra.

Ukraine Charkiw Feuer durch Artillerieangriff
Bombeiros apagam um incêndio em Kharkiv, depois de um bombardeamentoFoto: Andrea Carrubba/AA/picture alliance

Mísseis atingem Delyatyn

Delyatyn, uma das cidades mais ocidentais, ganhou atenção recentemente. A Rússia afirma ter usado um míssil hipersónico pela primeira vez em combate com a Ucrânia, destruindo uma caserna militar. O Governo ucraniano não confirmou o uso da arma.

As pessoas na cidade de Delyatyn não falam muito acerca do ataque porque têm medo das consequências. "Não ouvi nada acerca disso, mas a situação é muito stressante. Estamos sempre à espera de que alguma coisa inesperada aconteça", diz uma cidadã.

Alguns dos que ficaram na cidade ainda frequentam a igreja diariamente, para terem um pouco de paz e calma. Ainda assim, o próprio padre, Peter Moisak, está preocupado.

"A situação pode piorar, consoante o humor do inimigo. Não sabemos o que quer, porque não há lógica nas suas ações. Quando são objetivos estratégicos é evidente. Mas quando escolas e hospitais são destruídos, não há esperança de que algo de bom aconteça", diz Moisak.

O silêncio da comunidade deve-se a um pedido do governador para que as pessoas não falem, de forma a não dar informações ao inimigo. "Não ouvi nem vi nada, mas se tivesse visto não diria nada. O governo disse-nos para ficarmos em silêncio", conta uma moradora.

O governo ucraniano em Kiev não deu detalhes acerca do que se passou em Delyatyn. Ainda assim, a atitude reservada das pessoas mostra o impacto psicológico desta guerra que está a entrar na quarta semana.

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