Cabo Delgado: Contrabando apontado como causa de derrame
3 de agosto de 2021A equipa multissetorial que esteve à frente das investigações conclui, num relatório preliminar, que os 5.000 litros de gasóleo podem ter sido derramados no sábado (31.07) por contrabandistas.
Segundo Moisés Paulino, diretor Nacional de Hidrocarbonetos e Combustíveis, "o grupo de trabalho descartou automaticamente a hipótese de a descarga ter sido provocada por uma fuga na tubagem que transporta combustível do porto de Pemba até à infraestrutura de armazenamento da [petrolífera estatal] Petromoc."
Para já, a possibilidade aventada pela equipa multissetorial é "contrabando", embora Moisés Paulino refira que ainda "não se pode avançar com segurança a verdadeira causa do incidente".
Embarcação suspeita
Tripulantes de uma embarcação vista a circular junto ao porto de Pemba na madrugada anterior ao derrame estão a ser investigados pelo Serviço Nacional de Investigação Criminal, por suspeita de ligação ao caso.
"Uma lancha de seis toneladas foi vista de madrugada naquele local", afirmou o administrador marítimo de Pemba, Tauacale Avelino.
"Nós identificámos essa embarcação e, junto com os colegas do SERNIC [Serviço Nacional de Investigação Criminal], vamos direcionar os proprietários dessa embarcação para dizerem o que estavam a fazer naquele local àquela hora. Estamos a viver na nossa província num tempo atípico, e é interdita a navegação noturna."
O relatório preliminar da equipa multissetorial avança também que não foram encontrados indícios de contaminação das águas do mar na sequência do derrame de combustível. A equipa diz que, durante os trabalhos de investigação, não foram vistos quaisquer animais mortos ou a flutuar num raio de trezentos metros do local.
Mas o relatório recomenda à Agência Nacional para o Controlo da Qualidade Ambiental (AQUA) que faça análises laboratoriais das amostras de água para verificar possíveis efeitos adversos.
Entretanto, os mototaxistas estão preocupados com a possível utilização de combustível misturado com água do mar, que os populares extraíram após o derrame no sábado. A equipa multissetorial assegura que o SERNIC está a seguir o rasto do combustível, para que não seja comercializado.