Coronavírus deixa todo o território italiano em quarentena
10 de março de 2020Moradores de Roma formaram longas filas em supermercados para estocar alimentos na noite desta segunda-feira (9.3), depois de o primeiro-ministro Giuseppe Conte colocar todo o país em quarentena. No norte, prisioneiros protestaram em pelo menos 23 cadeias depois de serem informados de que as visitas estavam suspensas como parte do esforço para conter a doença. Pelo menos seis detentos morreram na sequência dos protestos.
O vírus já causou 463 mortes e há quase 8 mil pessoas infetadas na Itália. Em declarações na noite nesta segunda-feira, o primeiro-ministro italiano disse que "é preciso ser responsável" e que não há razão para continuar as competições esportivas, e os adeptos devem aceitar isso.
Na Alemanha, o número de infeções aumentou para 1,112 e foram registadas as duas primeiras mortes. Trata-se de um homem de 78 anos e uma mulher de 89 anos que tinham doenças anteriores. Em meio ao número crescente de casos no país, a chanceler federal alemã Angela Merkel pediu uma luta enérgica contra o vírus.
Medidas de quarentena
"O vírus chegou ao nosso país e continuará a propagar-se. Isso não significa que tudo o que fizemos até aqui para conter a disseminação na Alemanha e no mundo - incluindo as medidas de quarentena - foram em vão. Não é irrelevante tomar tais medidas", disse Merkel.
Em África,o comissário regional de saúde da Nigéria confirmou o segundo caso de Covid-19 no país. Trata-se de um homem que esteve numa fábrica visitada por um empresário italiano recentemente. Todas as quarenta pessoas que estiveram em contato com o italiano foram submetidas a um teste e houve um resultado positivo.
Moçambique ponderou, nesta segunda-feira, o adiamento do jogo contra o Camarões. A partida de futebol seria disputada pela qualificação para a Copa das Nações Africanas na sequência do primeiro caso confirmado de Covid-19 naquele país, disse o ministro da Saúde moçambicano.
Incubação
O tempo médio de incubação do novo coronavírus é de pouco mais de 5 dias - segundo um estudo realizado por cientistas da Universidade Johns Hopkins, no Estado americano de Maryland, com base em dados disponíveis publicamente.
Esse tempo - que se situa entre a exposição e o aparecimento dos primeiros sintomas - sugere que a quarentena de 14 dias recomendada pelos centros de prevenção de doenças para indivíduos com possibilidade de contágio é um período razoável.
A análise dos dados públicos sobre a infeção pelo vírus que causa a Covid-19 sugere que 97,5% dos pacientes desenvolvam sintomas da infeção dentro de 11,5 dias após a exposição. Além disso, pesquisadores calculam que, para cada 10 mil indivíduos isolados durante 14 dias, apenas 101 podem desenvolver sintomas após o final da quarentena.
Dados recentes da Organização Mundial da Saúde apontam cerca de 109,5 mil casos confirmados do novo coronavírus no mundo. Mais de 3.9 mil deles nas últimas 24 horas. Segundo a ONU, o Covid-19 poderá custar ao mundo 2 trilhões de dólares, e empurrar países para drásticas crises financeiras.