Covid-19: Angola cancela testagem aleatória de alunos
6 de outubro de 2020Durante o balanço epidemiológico diário sobre a Covid-19, esta segunda-feira (05.10), o responsável da área da Saúde anunciou que a partir de terça-feira seria iniciada a testagem aleatória dos alunos, através de testes serológicos, abrangendo mil alunos de dez escolas.
No entanto, cerca de duas horas mais tarde, o gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa do ministério da Saúde (MINSA) comunicou que a testagem foi cancelada, sem adiantar explicações ou uma nova data para o processo. "A nova data será anunciada oportunamente", segundo o comunicado do MINSA.
Angola totaliza 5.530 casos de infeção, dos quais 2.591 recuperados, 2740 ativos, entre os quais 16 cítricos e 14 graves e 199 óbitos. Nesta segunda-feira, foram retomadas as aulas presenciais no país de forma faseada, abrangendo por enquanto apenas as classes de exame (6ª, 9ª, 12ª e 13ª classes).
Em entrevista à DW África, o Sindicato dos Professores de Angola (SINPROF) afirmou que apenas 3% das escolas primárias tinham condições de retomar as atividades. O SINPROF disse que ainda que os profissionais que fizeram teste à Covid-19 não receberam o resultado antes de voltarem ao trabalho.
Reinício "ordeiro"
Entretanto, a Ministra da Educação de Angola, Luísa Grilo, congratulou-se com o reinício "ordeiro" das aulas presenciais, lamentando a situação "desagradável" ocorrida numa escola em que um grupo de estudantes tirou uma 'selfie' sem máscara, prometendo que serão responsabilizados.
Após o balanço diário da situação epidemiológica em Angola, Luísa Grilo declarou-se satisfeita com "a responsabilidade" evidenciada pelos professores no reinício das atividades letivas presenciais em Angola. "Em todo o país, o movimento das batas brancas regressou às ruas", congratulou-se Luísa Grilo, acrescentando que o Ministério da Educação acompanhou o reinício das aulas em 65 escolas de Luanda.
A ministra, que elogiou também encarregados de educação e alunos, "tudo correu bem". No entanto, destacou "um caso desagradável". "Um grupo de jovens entendeu fazer uma 'selfie', tirando as mascaras e abraçando-se para postar nas redes sociais, uma atitude errada", lamentou Luisa Grilo, afirmando que os estudantes, que terão idades entre 17 e 19 anos já foram identificados.
"Não são crianças, são jovens já finalistas e vão ser responsabilizados por essa atitude negativa, sabem que não podem fazer isso", disse à governante, realçando que alunos que "estão a um passo da universidade não podem ter um comportamento infantil", concluiu a ministra.