Angola encerra fronteiras aos cidadãos de sete países
28 de novembro de 2021A medida foi anunciada este sábado (27.11) pelo ministro de Estado e chefe da Casa Civil do Presidente da República, Adão de Almeida, para controlar a propagação da nova variante do coronavírus detetada na África do Sul, batizada de Omicron.
Com a decisão, a entrada de cidadãos provenientes da África do Sul, Botsuana, Eswatini, Malawi, Moçambique, Namíbia e Zimbabué vai ficar suspensa temporariamente, por qualquer via, a partir de 1 de dezembro.
Exceções aplicam-se aos cidadãos nacionais, que eventualmente possam regressar, embora as ligações aéreas fiquem suspensas a partir dessa data. Será ainda necessário observar uma quarentena domiciliar de 14 dias.
A companhia aérea angolana TAAG suspendeu as suas ligações aéreas com Moçambique, Namíbia e Africa do Sul, prometendo fazer regressar os passageiros que se encontram nestes países o mais breve possível.
Os horários de restaurantes e espetáculos musicais em Angola vão ser alargados a partir de 15 de dezembro, a par de outras medidas de alívio de restrições. As medidas de alívio, contempladas no decreto presidencial relativo à situação de calamidade pública, que vai vigorar entre 30 de novembro e 5 de janeiro, foram divulgadas no mesmo dia em que Angola anunciou também o fecho de fronteiras.
O ministro Adão de Almeida explicou que os objetivos são, por um lado, responder à tendência da situação epidemiológica em Angola, que tem assistido a uma redução significativa do número de casos e de mortes, mas também "compreender o que é a dinâmica internacional".
Restrições globais
Vários países, incluindo Portugal, aplicaram já restrições de voo com vários países africanos depois de ser detetada a nova variante do coronavírus, que segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) pode implicar maior infeciosidade devido a "um elevado número de mutações".
A Alemanha fechou fronteiras a viajantes de oito países da África Austral. Desde as 0 horas deste domingo (28.11), quem vem de Moçambique, África do Sul e de mais seis países da SADC (Botsuana, Eswatini, Lesoto, Malawi, Namíbia e Zimbabué), já não pode entrar na Alemanha, segundo o Instituto Nacional de Saúde da Alemanha (RKI).
O Presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, apelou à população para reduzir os contatos e a se vacinar para que se evite uma nova paragem da vida pública face à gravidade da pandemia de Covid-19 no país, onde se registam recordes de incidência.
"Respeitemos as regras, reduzamos cada vez mais os contactos. Vamos fazer isso para evitar que escolas e jardins-de-infância fechem novamente, para que não tenhamos de parar outra vez a vida pública. Vamos fazer isso acima de tudo para salvar vidas", disse. "Ainda pode haver dúvidas de que a pandemia seja sobre a vida ou a morte?", questionou.