Kwanza Norte mobiliza ajuda no Dia Internacional da Caridade
5 de setembro de 2020Este sábado (05.09), assinala-se o Dia Internacional da Caridade, uma data celebrada mundialmente pelas Nações Unidas no dia que coincide com o aniversário de morte de Madre Teresa de Calcutá, que recebeu o Prémio Nobel da Paz em 1979. Na província angolana do Kwanza Norte, a pandemia de Covid-19 fez gerar um movimento de solidariedade envolvendo diversas instituições religiosas.
A principal mensagem desta data comemorativa, que tem o objetivo de consciencializar sobre a importância de atividades voluntárias e filantrópicas, é usar o contexto de pandemia como uma oportunidade para promover um alívio dos piores efeitos das crises humanitárias e garantir serviços de saúde, educação e moradia.
Em entrevista à DW África, o pastor Lúcio Marques, da Igreja Evangélica Congregacional em Angola, referiu que, nesta fase da pandemia do novo coronavírus, existe no país um grande movimento de caridade. "É nesta fase que vemos cristãos - e não só - a se solidarizarem com as pessoas carentes", disse. "Não podemos ficar inertes ante os problemas dos outros. A caridade deve existir sempre, em qualquer lugar onde estivermos."
Aquela denominação religiosa está a desenvolver diversas ações, como a doação de alimentos às pessoas vulneráveis. "Neste quesito, já conseguimos ajudar 284 famílias com cestas básicas", afirmou o pastor evangélico.
"Gesto de boa essência humana"
O padre católico Clemente Teca, chanceler da Cúria Diocesana de Angola, sublinhou que a prática da caridade é "um notável indicador de elevação moral e uma das práticas que mais caracterizam a boa essência do ser humano".
A Igreja Católica no Kwanza Norte administra três orfanatos femininos. O Internato Beata Liduína, pertencente à congregação das Irmãs de São Francisco de Sales, em Ndalatando, tem recebido diversos donativos, como roupas usadas, materiais escolares, alimentos não-perecíveis, produtos de limpeza e de higiene, bem como utensílios de cozinha.
O ato foi testemunhado pela diretora provincial do Gabinete da Ação Social, Família e Igualdade de Género, Victória Braga dos Santos, que em nome do Governo angolano apreciou positivamente o gesto, tendo incentivado a continuação destas atividades que contribuem para o bem-estar das crianças do centro do país.
Victória dos Santos apelou ainda a outras organizações a adotarem ações que beneficiem as comunidades ao redor. A diretora do internato, irmã Amélia Albino, sublinhou o lado humano da iniciativa. A ação "mostra que afinal somos irmãos e pertencemos à mesma sociedade", referiu.
O Internato Beata Liduína, em Ndalatando, alberga 40 meninas e visa uma formação que garanta a inserção das meninas na sociedade para ajudar no desenvolvimento da província. Para além da formação académica, as raparigas aprendem o corte e confecção, culinária, e a lavar e a engomar.