Covid-19: Ramadão em tempos de pandemia
28 de abril de 2020"Estamos a tentar se familiarizar com esta nova realidade, reinventando uma nova forma perante esta situação". É assim que os muçulmanos de Moçambique estão a passar o Ramadão este ano, em plena pandemia da Covid-19.
Em entrevista à agência de notícias Lusa, o Sheik Abdul Magid António, representante do Conselho Islâmico em Nampula, reconhece: "É triste termos de passar o Ramadão isolados e sem poder jejuar lado a lado".
Com as mesquitas fechadas por imperativo do decreto do estado de emergência, devido à Covid-19, a "oração noturna" e a "quebra de jejum" depois do pôr do sol são todas feitas em casa, apenas com a família e num ambiente diferente do tradicional.
"A religião tradicionalmente incentiva a interação social e é triste não termos como interagir neste momento. Mas a comunidade está gradualmente a entender que são restrições necessárias", acrescentou o Sheik Abdul Magid António.
Guineenses também estão em casa
Da mesma forma, os muçulmanos na Guiné-Bissau seguem as restrições impostas pelas autoridades políticas para evitar a propagação do novo coronavírus.
O imame Alfucene Banjai lembrou aos fiéis muçulmanos guineenses que podem continuar a fazer as suas orações diárias nas suas residências, sem se deslocarem às mesquitas, conforme determinaram as autoridades políticas.
Entretanto, o presidente dos imames guineenses, Bubacar Djaló, fez um apelo: "Devemos aumentar, intensificar as nossas orações neste período, apelando à misericórdia de Alá no combate desta doença que afeta a humanidade".
Mês sagrado
O Ramadão é o mês sagrado para os muçulmanos porque foi durante este período que o profeta Maomé recebeu as primeiras revelações do Alcorão. O jejum é um dos pilares do Islão e é obrigatório. Todos os muçulmanos adultos e saudáveis devem fazê-lo, mas crianças doentes e idosos estão isentos.
Assim, este ano, o Ramadão, sinónimo de período religioso de partilha, generosidade e encontro familiar, promete ser sombrio para as centenas de milhares de muçulmanos no mundo inteiro.
Na Arábia Saudita, as autoridades suspenderam parcialmente o toque de recolher, mas mantiveram o confinamento na cidade sagrada de Meca.