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SaúdeÁfrica do Sul

Ramaphosa pede alívio urgente dos direitos sobre vacinas

Lusa
28 de setembro de 2021

PR sul-africano pediu à Organização Mundial do Comércio (OMC) um alívio urgente dos direitos de propriedade intelectual sobre vacinas contra a Covid-19, perante a grave escassez de doses que países pobres enfrentam.

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Ciryl Ramaphosa recebeu a vacina contra Covid-19 no início da campanha de vacinação na África do Sul, em fevereiroFoto: Gianluigi Guercia/AP/picture alliance

"O mundo está a sofrer atualmente os efeitos debilitantes da desigualdade nos padrões de produção globais. Embora o engenho humano tenha produzido várias vacinas anti-Covid-19 seguras e eficazes, a inércia humana e o egocentrismo limitaram gravemente o acesso a estas vacinas a muitas pessoas em todo o mundo", afirmou esta terça-feria (28.09) Cyril Ramaphosa. 

Numa intervenção numa mesa-redonda da Organização Mundial do Comércio (OMC) sobre a pandemia e o comércio, o Presidente sul-africano defendeu com veemência a remoção temporária das proteções de propriedade intelectual contra a Covid-19.

"A adoção de uma derrogação limitada no tempo, como proposto pela África do Sul e pela Índia - e agora apoiada por muitos países em todo o mundo - é urgente, se quisermos salvar milhões de vidas", afirmou.

"A OMC tem um papel central a desempenhar na remoção das barreiras comerciais e de propriedade intelectual para estimular e diversificar a produção de vacinas, testes e terapêuticas", sublinhou ainda.

Quenianos tentam lutar contra a Covid-19 mesmo sem vacinas 

Proposta à OMC

Sob proposta da Índia e da África do Sul, a OMC tem vindo a debater uma renúncia aos direitos de propriedade intelectual sobre vacinas e outros tratamentos anti coronavírus desde 2020, com o objetivo de os tornar mais acessíveis. 

Este princípio, apoiado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e várias organizações não-governamentais, enfrenta a oposição até agora inamovível dos gigantes farmacêuticos e de certos países europeus, que assinalam que os acordos de produção entre empresas são possíveis e estão a multiplicar-se, inclusivamente em África.

Em julho passado, por exemplo, a BioNTech e a Pfizer assinaram um acordo com a Biovac da África do Sul para a produção de vacinas anti-Covid-19 na Cidade do Cabo.

África do Sul precisa de mais vacinas

Acordo em novembro?

Um acordo no quadro da OMC parece difícil de obter, uma vez que as decisões são tomadas por unanimidade. Mas a pressão mantém-se, e muitos esperam que os países consigam chegar a acordo sobre algumas questões na 12.ª Conferência Ministerial da organização, que decorrerá entre o próximo dia 30 de novembro e 03 de dezembro, em Genebra. 

"O sistema comercial deve fazer mais para reduzir a desigualdade nas vacinas", considerou também a diretora-geral da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala, afirmando ser "moralmente inaceitável" que apenas 4% das pessoas em África estejam totalmente vacinadas, em comparação com quase 60% nos países ricos.

O continente africano regista desde o início da pandemia um total de 210.435 de óbitos associados à Covid-19 e um total acumulado de 8.283.763 casos de infeção com o vírus SARS-CoV-2.

"É por isso que é tão importante obter resultados na OMC nas semanas que faltam até à nossa 12.ª conferência ministerial", defendeu a responsável nigeriana.

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