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Receio dos estudantes marca reinício das aulas em Moçambique

18 de agosto de 2020

Zambézia regista fraca adesão de estudantes ao reinício das aulas nas universidades. Ao contrário de outras regiões, província não reabre institutos técnico-profissionais como autoriza decreto para o "reinício faseado".

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Covid-19: Zurück zur Universität in Mosambik, Sambesi
Corredores da Universidade LicungoFoto: DW/M. Mueia

O reinício das aulas do ensino superior na Zambézia foi marcado por receio e fraca adesão. Ouvidos pela reportagem da DW África, alguns estudantes sentem medo de usar o transporte público devido ao elevado número de pessoas nos veículos. Além disso, destacam temerem o fato de muitos colegas virem de regiões com número maior de infeções pelo coronavírus.

"O sentimento é de medo devido à pandemia. Temos colegas que estão a sair de outras províncias para cá, mas estamos a comparecer para ver o que vai acontecer", diz um estudante da Universidade Licungo.

Receio dos estudantes marca reinício das aulas em Moçambique

Há três meses, escolas e universidades foram encerradas em Moçambique devido à pandemia de Covid-19. Em obediência ao decreto presidencial, o chamado "reinício faseado" das aulas foi programado para esta terça-feira (18.08), com o retorno das atividades das universidades e instituições do ensino técnico-profissional.

No entanto, na Zambézia, as aulas presenciais reiniciaram somente nas universidades com estudantes do quarto ano e dos cursos de pós-graduação. Os institutos técnico-profissionais ainda não receberam autorização para retomar às atividades. O diretor-provincial do Ensino Superior e Técnico-Profissional da Zambézia, Cardoso Meque, lembra que a comunicação presidencial não se referia ao dia 18 como uma data indicativa para o regresso de todas as instituições.

"Neste momento, recebemos a validação de três instituições de ensino superior - a Unilicungo, a Politécnica e a UCM - e essa validação é exclusiva para os estudantes do quarto ano. [Estas] são as instituições que têm autorização para iniciar. Há um esforço para diminuir o fluxo de estudantes para avaliar se as fases seguintes se justificam ou não", explica Meque.  

Não há pressa?

Covid-19: Zurück zur Universität in Mosambik, Sambesi
Instituto Técnico Lugenda não teve aulasFoto: DW/M. Mueia

O analista Ricardo Raboco defende que não deve haver pressa para abrir as instituições porque o mais importante é salvar vidas. "Perdermos o tempo, mas continuarmos vivos. [É melhor] do que caminharmos para uma calamidade pública. Esta medida tem que ser bastante ponderada e repensada se avaliarmos pelo exemplo de outros países que tentaram reabrir as escolas e, dias depois, os números dispararam", ressalta.

Com o reinicio das aulas presenciais, as autoridades de Saúde na província da Zambézia recomendam que as cantinas nas universidades estejam encerradas. Quem quiser comer ou lanchar na universidade deve preparar os alimentos em casa.

A troca de copos, pratos ou valores monetários constitui um perigo para os estudantes, segundo Anibal dos Santos, especialista em Saúde publica na Direção Provincial da Saúde da Zambézia.

"Relaxamento é uma palavra. Não significa relaxar sobre as medidas de prevenção ao coronavírus, como todos sabemos. O coronavírus continua em circulação e o número de casos continua a aumentar. As cantinas com vendas internas, sugerimos que sejam abolidas. As cantinas devem existir, mas temos que proibir a venda por causa da troca de produtos, focos de propagação do coronavírus", alerta Santos.

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