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CPLP aprova plano para erradicar fome e desnutrição

João Carlos (Díli)27 de novembro de 2015

Durante esta semana, a capital timorense, Díli, dedicou-se às questões da produção, alimentação e nutrição. Agora, há que pôr em marcha medidas concretas, sublinhou o ministro anfitrião, Estanislau Aleixo da Silva.

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Participantes da I Reunião Extraordinária do CONSAN-CPLPFoto: DW/J. Carlos

A I Reunião Extraordinária do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CONSAN-CPLP), que decorreu entre 21 e 26 deste mês na capital timorense, Díli, encerrou com a ratificação de várias diretrizes para promover a segurança alimentar e nutricional no bloco lusófono.

"Conseguimos aprovar os mecanismos das diretrizes de todos os que intervêm no CONSAN que não são Estados, isto é, do setor privado. E conseguimos sedimentar a cooperação com a sociedade civil - um avanço muito importante", destacou o diretor de cooperação da CPLP, Manuel Lapão, em declarações à DW África.

O documento saiu da reunião plenária do CONSAN, aberta pelo Presidente timorense, Taur Matan Ruak. "Timor-Leste compromete-se a elevar o país ao estatuto de rendimento médio até 2030", afirmou o chefe de Estado, considerando que a erradicação da fome e da desnutrição faz parte desse esforço de desenvolvimento, tendo em conta que 70% da população ativa está no sector agrícola.

CONSAN Konferenz
70% da população ativa timorense trabalha no setor agrícolaFoto: DW/J. Carlos

Salientando a prioridade que está a ser atribuída pelos países da CPLP "ao fortalecimento da agricultura familiar", Taur Matan Ruak considerou ainda que os países lusófonos têm condições para enfrentar o longo desafio de luta contra a pobreza, garantindo a auto-suficiência alimentar das respetivas populações.

Aposta na agricultura

Segundo os participantes, a estratégia de segurança alimentar e nutricional lançada em 2014 pela CPLP já está a dar resultados, sendo de considerar os êxitos já alcançados por países como o Brasil e São Tomé e Príncipe. Mas a ambição do país não fica por aqui, diz o ministro são-tomense da Agricultura, Teodorico de Campos. "A nossa aposta é o setor agrícola. Uma grande percentagem da nossa população vive da agricultura e aproveitamos para sensibilizar a nossa população para a aposta na produção de produtos locais".

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Os privados olham para este sector como uma porta de oportunidades, afirma Jorge Correia Santos, presidente da Confederação Agrícola Lusófona (CAL). "Um desafio que criámos nesta reunião do setor privado é o mapeamento das terras e o que se pode produzir", salientou.

Identificados os problemas e as potencialidades, importa depois implementar as medidas que constam na declaração, conforme exortou o secretário executivo da CPLP, Isaac Murade Murargy. "Temos tudo para ganhar. Temos recursos, tecnologia e condições necessárias para podermos eliminar este flagelo", frisou.

Também o ministro anfitrião, Estanislau Aleixo da Silva, presidente do CONSAN, defendeu que agora há que pôr em marcha medidas concretas.

Também participaram na reunião plenária os ministros José Pacheco, de Moçambique, Eva Ortet, de Cabo Verde, e José Aníbal Pereira, da Guiné-Bissau, assim como o representante do diretor-geral do Fundo das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) em Portugal e na CPLP, Hélder Muteia, entre outras entidades e parceiros de desenvolvimento.

Osttimor CONSAN Konferenz Díli
"Temos tudo para ganhar", sublinhou o o secretário executivo da CPLP, Isaac MurargyFoto: DW/J. Carlos