CPLP disponível para facilitar o diálogo em Moçambique
20 de novembro de 2024Num comunicado divulgado esta manhã, a presidência rotativa da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que, até 2025, pertence a São Tomé e Príncipe, apela "ao Governo, às forças de segurança, aos partidos políticos e à sociedade civil moçambicana" para que se comprometam com a "preservação da paz e com a garantia dos direitos fundamentais de todos os cidadãos".
E, reafirmando o compromisso da organização com o processo de "pacificação e reconciliação" em Moçambique, coloca-se "à disposição para facilitar o diálogo entre as partes, sempre em prol da estabilidade e do bem-estar do povo moçambicano".
No mesmo comunicado, a CPLP manifesta a sua "profunda preocupação" com a situação em Moçambique e apela à "moderação, responsabilidade e respeito pelo direito à manifestação pacífica e pelo Estado de Direito democrático".
A presidência rotativa da CPLP reafirma que o "diálogo e a via pacífica são os únicos caminhos para a superação de divergências e a construção de soluções duradouras".
Constatações e "controvérsias"
A Missão de Observação Eleitoral da CPLP a Moçambique, num relatório divulgado a 15 de novembro, afirma que testemunhou contagem errada de votos e indícios de eleitores que votaram várias vezes, "condicionando negativamente a transparência e credibilidade do processo", segundo o relatório final a que agência noticiosa Lusa teve acesso.
Face às "controvérsias pré-eleitorais" e às "constatações" que apresenta, a Missão de Observação Eleitoral (MOE) da CPLP considera que as eleições gerais de 9 de outubro em Moçambique "ocorreram num quadro de desconfiança face ao sistema eleitoral".
Na terça-feira, o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, convidou os quatro candidatos presidenciais para uma reunião, incluindo Venâncio Mondlane, que tem contestado os resultados das eleições de outubro, e disse que as manifestações violentas pós-eleitorais instalam o "caos" e estão a "espalhar o medo pelas ruas", o que fragiliza o país.