CPLP vai monitorizar eleições em Angola em 2017
9 de agosto de 2016O secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Murade Murargy, confirmou à DW África que a organização irá monitorizar as eleições gerais de 2017 em Angola. "Vamos fazer todos os possíveis para quem estiver aqui como secretário executivo garantir que a CPLP esteja presente. Se me convidarem para ser o chefe da delegação da CPLP, vou aceitar com todo o gosto", afirmou.
A participação da CPLP no processo eleitoral angolano, já em fase de preparação, deverá ser orçamentada este ano. Este será certamente um dos itens da agenda da cimeira de Brasília, ainda sem data definida. "Isto tem que ser já visto este ano, porque vão ser necessários recursos [financeiros]."
No entanto, tendo em conta a dimensão do território angolano, importa saber se a missão de observação será abrangente, de modo a cobrir a monitorização do ato eleitoral, não só nas grandes cidades.
"Em Moçambique aconteceu o mesmo, mas nós não podemos pretender que vamos cobrir todo o território angolano. São várias as organizações que vão para lá, incluindo a União Africana (UA), e tem De haver uma cooperação entre elas", explica Murargy.
"Normalmente, tentamos cobrir o máximo possível, porque a representação da CPLP é uma por cada Estado-membro que compõe a delegação. Portanto, tenta-se distribuir todos esses membros pelos locais e cidades mais importantes do país."
A cobertura das zonas rurais terá de ser ponderada nesse contexto, já que cada organização tem que criar as condições de movimentação para as localidades mais distantes.
Eleições em São Tomé e Príncipe
Por razões financeiras, a CPLP não enviou observadores para acompanhar as eleições presidenciais em São Tomé e Príncipe, que terminaram neste domingo (07.08) à segunda volta com a vitória do candidato único, Evaristo Carvalho.
"A organização é pequena e os Estados-membros atravessam dificuldades financeiras enormes", afirma o secretário-executivo da CPLP, citando os problemas de recursos verificados em Angola, Portugal e Brasil, os países que mais contribuem financeiramente com a organização.
Timor-Leste é o único país que tem conseguido manter sua musculatura financeira em relação ao apoio oferecido à Guiné-Bissau. O país também apoiou São Tomé e Príncipe na preparação do recenseamento eleitoral.
Murargy saúda o facto de as eleições terem decorrido na normalidade e tem fé na missão de observação da UA, afirmando que o ato que legitima a escolha de Evaristo Carvalho para novo Presidente de São Tomé e Príncipe tenha sido realizado com transparência.