Cuito Cuanavale: O marco da libertação da África Austral
Batalha que ficou conhecida como marco da libertação da África Austral completa 32 anos esta terça-feira (23.03). Veja algumas imagens do memorial em homenagem aos que participaram dos confrontos em Cuito Cuanavale.
Palco de confrontos sangrentos
Nesta imagem área, observa-se o rio Cuanavale numa área próxima à cidade de Cuito Cuanavale. Nesta região, ocorreu um dos episódios mais sangrentos da guerra civil angolana, a batalha de quatro meses que seria considerada mais tarde um marco da libertação da África Austral. Nos confrontos, estavam em jogo a hegemonia de forças políticas internas angolanas e das potências mundiais EUA e URSS.
Fortemente armados
Nesta imagem de finais de fevereiro 1988, está um soldado angolano com uma AK-47, submetralhadora de fabrico soviético. O combatente guarda uma bateria de mísseis terra-ar também de fabrico soviético. O exército angolano regular, apoiado pela antiga URSS e por soldados cubanos, lutava contra o movimento nacionalista anti-marxista da UNITA, apoiado pelos EUA e pela África do Sul.
Enviados de Fidel Castro
O Presidente de Cuba à época, Fidel Castro, a pedido do Governo angolano, enviou mais de 15 mil soldados para ajudar as Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA). Os cubanos batizaram a operação "Manobra XXXI Aniversário das FAR" (Forças Armadas Revolucionárias). A ajuda dos combatentes cubanos foi decisiva para os confrontos contra as forças da UNITA e os militares sul-africanos.
Golpe contra o apartheid
Quando os eventos bélicos começaram, a 15 de novembro de 1987, a África do Sul fazia fronteira com Angola por meio do território em disputa da atual Namíbia. O Governo sul-africano estava determinado a prevenir que as FAPLA controlassem a região e permitissem que a Organização do Povo do Sudeste Africano (SWAPO) – movimento de libertação da Namíbia – passasse a ameaçar o regime do apartheid.
A batalha mais longa
No dia 22 e março de 1988, terminava a batalha que é tida como a mais longa de África desde a Segunda Guerra Mundial. Na época, ambos os lados reivindicaram a vitória e houve uma guerra de narrativas. As FAPLA afirmavam que a defesa heroica de Cuito Cuanavale impediu que a África do Sul invadisse Angola. Na África do Sul, o regime divulgava que o "triunfo" preveniu o avanço comunista.
As consequências de Cuito Cuanavale
O que está claro é que as hostilidades na região marcaram alguns dos confrontos mais sangrentos da guerra civil. Milhares de combatentes das FAPLA, da UNITA e os seus respetivos aliados morreram. Após este episódio, as forças cubanas e sul-africanas retiraram-se do território angolano e a Namíbia tornou-se independente.
Imenso monumento
Hoje, quem chega a Cuito Cuanavale não pode ignorar o imenso monumento em destaque na cidade da província do Cuando Cubango, no sudeste de Angola. O local serve a cerimónias em homenagem aos combatentes da guerra civil angolana e da batalha travada na região.
No dia 23 de março de 1988, as Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA) e as Forças Armadas Revolucionárias (FAR), de Cuba, enfrentaram o exército da África do Sul e as forças da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) na batalha de Cuito Cuanavale, cidade a sudeste de Angola. Aqui foi inaugurado, em 2017, um memorial em homenagem aos combatentes que participaram da batalha considerada decisiva para a "libertação da África Austral".