"Danone": Absolvido jovem acusado de pôr crianças em risco
7 de fevereiro de 2023O Tribunal Judicial da cidade de Chimoio, na província da Manica, absolveu o jovem Denilson Daniel que era acusado de ter colocado em risco três crianças durante a gravação de um vídeo. Na produção do vídeo, filmado por Daniel, os menores encenaram um episódio de corrupção na polícia.
Um dos menores fingia estar ao volante enquanto os outros, os agentes, pediam um suborno. Valter Danone, de 6 anos de idade, fazia o papel de um dos polícias.
O Ministério Público acusou Denilson Daniel de ter colocado os três menores em perigo, ao expô-los a um volante. Mas durante a leitura da sentença, esta terça-feira (07.02), o juiz da causa, Lúcio Ticha, disse que não encontrou provas evidentes e palpáveis para a condenação do único arguido no processo, Denilson Daniel.
"As provas produzidas não foram no sentido para a definição da sua responsabilidade penal, daí ser irrefragável, inevitável a sua absolvição pela ausência da materialidade do crime", decidiu o tribunal.
"Foi feita justiça"
O advogado de defesa de Denilson Daniel manifestou-se satisfeito com a absolvição do seu cliente e enalteceu o trabalho feito pela Justiça moçambicana.
"Confiamos nos órgãos da justiça e acabamos aqui tendo este resultado, que é satisfatório. Para nós, o arguido vai assim em paz e livre de qualquer acusação", afirmou Edson Rafael.
O secretário provincial do Sindicato Nacional de Jornalistas (SNJ) em Manica, Victor Machirica, que acompanhou o julgamento, também disse estar satisfeito com a decisão do tribunal. E criticou o uso de recursos financeiros e materiais para um caso como este, que, como afirma Machirica, nem merecia processo-crime.
"Além disso, os magistrados, sobretudo do Ministério Público, mostraram muita ignorância em relação ao assunto de filmagem", acrescentou Machirica.
O Sindicato Nacional de Jornalistas anunciou que vai promover, em breve, um seminário de capacitação em matéria de produção audiovisual, que envolverá os magistrados do Ministério Público, "para não mais haver injustiças como essas e não denunciar casos sem conhecimento de causa".