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Daviz Simango quer "trazer a dignidade dos moçambicanos"

Arcénio Sebastião (Beira)
15 de maio de 2019

O MDM, segundo maior partido da oposição, está otimista em relação às eleições de 15 de outubro. Trazer paz efetiva e tornar Moçambique num Estado mais democrático são prioridades para Daviz Simango, líder do partido.

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Foto: DW/J. Beck

Em entrevista exclusiva à DW África, o líder e fundador do Movimento Democráticode Moçambique (MDM) mostra otimismo em liderar o país depois das eleições de 15 de outubro. Daviz Simango pede que haja uma mudança de comportamento na atuação do Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE) e da Comissão Nacional de Eleições (CNE).

"Nós estamos conscientes, enquanto MDM, de que precisamos de trazer a dignidade dos moçambicanos, trazer a credibilidade dos moçambicanos, sobretudo de repor a soberania dos moçambicanos", defende o líder do segundo maior partido da oposição moçambicana. 

Simango apela à transformação do Conselho Constitucional em Tribunal Constitucional porque, segundo diz, tem havido vários conflitos pós-eleitorais que não estão à altura de ser resolvidos pelo órgão.

Daviz Simango: "Precisamos de trazer a dignidade dos moçambicanos"

Paz efetiva

O candidato do MDM apela ainda o desarmamento da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), o maior partido da oposição, e pede à Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) para não usar as forças de defesa e segurança para "beliscar o país" após as eleições. Pede ainda que Moçambique seja um Estado de direito onde a democracia é um bem comum.

"Os partidos políticos não abusem o poder para exercer essa força armada, os partidos políticos também fora do poder não usem este poder [a força armada] para qualquer tipo de instabilidade ou forçar as suas intenções. O que nos queremos é que o Estado moçambicano seja livre desse procedimento", diz.

Confiança e desenvolvimento

Para Daviz Simango, é fundamental resgatar a confiança do país a nível internacional. O candidato do MDM pede, por isso, uma melhor avaliação das contas do Estado moçambicano. E defende a criação de um tribunal de contas para "garantir que a má gestão das contas do Estado seja julgada e condenada, para que no futuro se crie uma disciplina de gestão das contas do Estado".

Beira Campanha MDM
Foto de arquivo (2014)Foto: DW/A. Cascais

Para galvanizar o desenvolvimento económico do país, o candidato do MDM defende que a exploração de recursos naturais tem de ser sustentável, de modo a trazer benefícios diretos para as comunidades locais.

Segundo Simango, não se pode permitir que os megaprojetos no setor mineral não beneficiem as comunidades. "Não podemos permitir que os recursos naturais sejam explorados sem que as áreas onde esses recursos naturais são extraídos não encontrem benefícios", afirma o líder do MDM, acrescentando que há "exemplos concretos da exploração de minas em Tete, onde foi explorado o carvão, as populações locais vivem hoje em agonia porque o custo de vida subiu extremamente".

A emancipação e empoderamento da mulher é também um desafio para a governação do Movimento Democrático de Moçambique. "A falta de equilíbrio de género em vários postos de trabalho e oportunidades políticas as mulheres devem continuar a influenciar politicamente de modo que os seus direitos sejam respeitados", diz Daviz Simango.

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