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STJ da Guiné-Bissau declara inconstitucional decreto do PR

ar / LUSA9 de setembro de 2015

O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) guineense declarou esta quarta-feira (09.09) inconstitucional "na forma e na matéria" o decreto do Presidente José Mário Vaz que nomeou Baciro Dja como primeiro-ministro.

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Foto: Getty Images/AFP/A. Balde

Os oito juízes conselheiros do STJ, que fazem o papel de Tribunal Constitucional, deram o seu voto favorável no sentido de declarar inconstitucional o decreto número 06/2015 do Presidente guineense que nomeou Baciro Dja primeiro-ministro.

Recorde-se que um grupo de advogados entregou ao Supremo Tribunal de Justiça uma providência cautelar pedindo que analisasse a constitucionalidade da decisão do chefe de Estado de nomear Baciro Djá primeiro-ministro, contra a vontade do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), partido vencedor das eleições legislativas.

Baciro Dja vai pedir demissão do cargo de primeiro-ministro
O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Baciro Djá, indigitado pelo Presidente do país, Jose Mário Vaz, disse na tarde desta quarta-feira que vai colocar o lugar à disposição na sequência da decisão do Supremo Tribunal de Justiça que considera de inconstitucional a sua nomeação.

Em curtas declarações a imprensa à saída de uma conversa com o chefe de Estado guineense, que lhe comunicou a decisão do Supremo Tribunal de Justiça, Baciro Dja disse que vai para o Palácio do Governo escrever a sua carta de pedido de demissão.

Baciro Dja afirmou que vai "tirar as suas ilações políticas" perante a decisão do Supremo Tribunal de Justiça e colocar o lugar à disposição do chefe de Estado.

CPLP diz que Guiné-Bissau enfrenta agora "uma situação bastante complicada”

Guinea-Bissau Ministerpräsident Baciro Dja
Baciro DjaFoto: picture-alliance/dpa/L. Fonseca

O secretário executivo da CPLP, Murade Murargy, considerou esta quarta-feira (09.09) que a Guiné-Bissau enfrenta agora "uma situação bastante complicada", após o Supremo Tribunal de Justiça guineense ter declarado inconstitucional o decreto presidencial que nomeou o novo primeiro-ministro.Reagindo à Lusa, no final de uma visita do Presidente senegalês, Macky Sall, à sede da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Murade Murargy disse que vai "consultar os órgãos competentes para ver qual é a decisão que a CPLP vai tomar em relação ao que se está a viver agora" na Guiné-Bissau.

Murade Murargy 25.11.2013 Lisabon
Murade Murargy, secretário executivo da CPLPFoto: imago/Global Images

"É uma situação bastante complicada, porque o que foi invalidado, de facto, foi a decisão de ele (José Mário Vaz) ter nomeado um primeiro-ministro sem seguir os procedimentos previstos para a escolha de um primeiro-ministro. Neste caso, como disse o Presidente do Senegal, é uma situação que temos que gerir com muito cuidado", disse o diplomata, apelando à participação da comunidade internacional na busca de uma solução para a Guiné-Bissau.

"Não podemos deixar o povo da Guiné-Bissau abandonado, temos que participar", frisou o responsável pela CPLP, órgão que nos próximos dias vai tomar a decisão de enviar uma missão àquele país africano.

"A ideia é fazermos uma missão (à Guiné-Bissau) antes (da Assembleia Geral da ONU) de Nova Iorque", que se realiza no dia 20 de setembro, disse o secretário executivo da CPLP.

(em atualização)