Ministro: Defesa do país é responsabilidade dos moçambicanos
17 de dezembro de 2020O ministro da Defesa de Moçambique, Jaime Neto, afirmou que a responsabilidade da defesa da integridade do território é dos moçambicanos e negou que o país tenha recebido apoio militar terrestre e aéreo sul-africano no combate ao terrorismo.
"A ajuda pode ser em meios, em informações, na área de inteligência e outras áreas militares", declarou Jaime Neto esta quarta-feira (16.12) à margem da sessão de informação sobre o estado da Nação do Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, no Parlamento.
"Desde que não retire a comparticipação dos moçambicanos lá no campo de batalha, porque a responsabilidade de defesa da integridade do território nacional é nossa, é dos moçambicanos", acrescentou.
O ministro da Defesa desmentiu que Moçambique tenha recebido apoio militar terrestre e aéreo sul-africano.
Entretanto, avançou que há negociações com o Governo da África do Sul no âmbito da cooperação que os dois países possuem no domínio da Defesa.
"Nós estamos abertos e estamos a trabalhar com a África do Sul no âmbito da cooperação na defesa que os dois países têm", declarou.
Apoio militar terreste e aéreo
Em 10 de dezembro, a Africa Intelligence noticiou que Filipe Nyusi ordenou a contratação das empresas sul-africanas de defesa Paramount e Dyck Advisory Group para fornecer apoio militar terrestre e aéreo no combate ao terrorismo na província de Cabo Delgado
Referiu a mesma fonte que as duas empresas sul-africanas vão reforçar "substancialmente" a capacidade militar das Forças Armadas de Moçambique (FADM) e da Polícia da República de Moçambique (PRM) no âmbito de contratos negociados "pessoalmente" com o chefe de Estado moçambicano.
A violência armada em Cabo Delgado começou há três anos e está a provocar uma crise humanitária com mais de duas mil mortes e 571 mil pessoas deslocadas. Algumas das incursões foram reivindicadas pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico desde 2019.