"Dia da Dipanda": as celebrações angolanas nas redes sociais
11 de novembro de 2015Angola celebra esta quarta-feira, 11 de novembro, 40 anos de independência. Em Luanda, um desfile civil e militar e um discurso do Presidente José Eduardo dos Santos assinalaram a data.
Nas redes sociais, organizações, instituições, meios de comunicação e cidadãos nacionais e estrangeiros fizeram eco das comemorações. Facebook, Twitter e Instagram foram apenas algumas das plataformas utilizadas para dar os parabéns a Angola.
As cores da bandeira angolana chegaram à Google:
E também à Reuters África:
Cores diferentes usou o portal Rede Angola para felicitar o país, algumas horas depois de partilhar, na íntegra, a mensagem à nação do Presidente José Eduardo dos Santos sobre os 40 anos da independência, emitida às 00h00 do dia 11 de novembro.
Luanda recebe chefes de Estado e de Governo em ambiente de festa
A agência de notícias estatal Angop mostra uma das ruas de Luanda, “engalanada” para receber a festa do dia da independência nacional.
Já na véspera, o Governo inaugurou a nova sede da Assembleia Nacional, na presença do Presidente da República, José Eduardo dos Santos. E foi aqui que a filha do chefe de Estado angolano, Isabel dos Santos, desejou “parabéns a todos os angolanos”, com uma foto no Instagram.
O novo edifício demorou cinco anos a ser construído e custou 185 milhões de dólares.
Na cerimónia oficial, em Luanda, marcaram presença vários chefes de Estado e de Governo – como os Presidentes da África do Sul, Botswana, República Democrática do Congo, Guiné-Bissau, Namíbia, Moçambique e São Tomé e Príncipe e os primeiros-ministros de Cabo Verde, Guiné Equatorial e Mali - e delegações estrangeiras.
Do gabinete oficial da primeira-dama do Gabão, Sylvia Bongo, chega uma fotografia da plateia:
E do Presidente da Índia, Pranab Kumar Mukherjee, os parabéns, via Twitter:
O embaixador do Gabão, Guy Nambo-Wezet, assistiu ao desfile militar durante a manhã:
Apelos à liberdade e ao respeito pelos direitos humanos
Mas nem todos estão optimistas nesta data. A seguir a “independência” e “40 anos”, nas redes sociais, as palavras mais lidas são “direitos humanos” quando se fala das comemorações angolanas.
Do Twitter, ao Facebook, passando pelo Instagram, a DW África encontrou várias organizações, meios de comunicação e cidadãos angolanos e estrangeiros que expressaram a sua preocupação perante a situação dos direitos humanos em Angola.
“Celebrações dos 40 anos de independência de Angola manchadas pela repressão dos direitos humanos”, diz a Amnistia Internacional.
O gabinete da África Austral da Amnistia partilha também a fotografia dos 15 ativistas detidos em Luanda:
Já o portal Maka Angola partilha o artigo do ativista e jornalista angolano Rafael Marques de Morais no The Guardian. “40 anos depois da independência, ainda falta liberdade em Angola“, diz Rafael Marques.
Muitos utilizadores do Facebook e do Twitter partilharam também uma acusação feita às autoridades angolanas, em dia de festa. De acordo com a agência de notícias AFP, aqui citada pelo El País, “com a aproximação das festividades dos 40 anos de independência de Angola, as autoridades tentam dissimular a miséria em Luanda, recolhendo as crianças de rua e colocando-as em orfanatos sobrelotados”.
"O governo decidiu limpar a cidade a partir do final de outubro para transmitir uma imagem positiva" de Luanda, explica à AFP João Facatino, director do centro de acolhimento infantil Arnaldo Janssen.
Lembrando que é preciso garantir que as crianças sejam a prioridade absoluta, no Facebook, a UNICEF aproveita a data para lembrar que está presente no país desde 1976, "e mantém o compromisso de apoiar o país a garantir o desenvolvimento integral da criança com foco na equidade".
Fogo de artifício, lanternas e muitas imagens
Do lado dos cidadãos angolanos nas redes sociais, as imagens foram o meio mais utilizado para assinalar os 40 anos da independência.
Muitos registaram o lançamento de dezenas de milhares de lanternas de velas, em balões, soltas momentos antes da meia-noite, na marginal de Luanda, e um espectáculo de fogo de artifício.