Economia do Gana acelera a fundo
6 de maio de 2019O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que o Gana seja, em 2019, a economia a crescer mais rapidamente a nível mundial. A previsão do FMI é de que a economia cresça 8,8% este ano, um crescimento impulsionado pelo setor petrolífero.
"O crescimento tem vindo do petróleo. Descobrimos novos campos e [...] empresas de exploração começaram a produzir e intensificaram as suas operações", afirma Adu Owusu Sarkodie, professor da Universidade do Gana.
"Fora do setor petrolífero, a agricultura, a indústria e os serviços também estão acompanhar o ritmo", diz. A agricultura deverá crescer este ano 7%, o setor dos serviços 6% e a indústria entre os 4% e 5%.
Incentivos à agricultura
Um dos setores com maior desenvolvimento tem sido o da agricultura. Nos últimos dois anos houve um programa de incentivos forte: 200 mil agricultores receberam sementes melhoradas e fertilizantes.
"Estamos à espera de uma colheita abundante devido ao impacto que este extraordinário programa teve na agricultura, mesmo nesta fase inicial", diz o ministro da Agricultura Owusu Afriyie Akoto.
A indústria do cacau do Gana é a segunda maior a nível mundial e tem tirado proveito destas novas políticas de incentivo.
Empresas em mãos estrangeiras
Ao contrário do que se passa na agricultura, nos setores mineiro e petrolífero há uma grande preocupação de que os ganeses não estejam a usufruir deste crescimento, pois são setores dominados por empresas estrangeiras.
"A minha maior preocupação está relacionada com a fonte do crescimento", sublinha o académico Adu Owusu Sarkodie. "O PIB é o Produto Interno Bruto, não descrimina o que é produzido por estrangeiros ou ganeses, mas nós sabemos que no Gana a maioria das empresas são estrangeiras.""A economia tem de estar em mãos ganesas. Se o crescimento do PIB estiver em mãos estrangeiras, então o impacto na vida dos ganeses vai ser mínimo", acrescenta Sarkodie.
Reformas económicas
O cenário da economia ganesa mudou nos últimos três anos, depois do Governo pedir emprestados ao FMI 900 milhões de dólares para estabilizar as suas finanças. Foram então feitas reformas económicas para cortar com o défice e lutar contra a corrupção.
"A inflação está só com um dígito, o que é bom", refere o ministro das Finanças Ken Ofori Atta. "O nosso défice, como é sabido, tem descido bastante e temos tido alguns superavits nas nossas contas."
O Gana quer agora apostar em inovações tecnológicas e envolver as gerações mais novas. Os analistas acreditam que as projeções de crescimento devem beneficiar toda a população ganesa.