1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Economia: Moçambique e Angola enfrentam desafios

Rodrigo Vaz Pinto
2 de julho de 2019

Em 2019, Moçambique não deve ter o crescimento económico desejado e a produção de petróleo em Angola deve cair pelo quinto ano consecutivo, segundo avaliação da consultora inglesa Economist Intelligence Unit.

https://p.dw.com/p/3LQPA
Mosambik Hafen in Beira
Vista parcial do porto da BeiraFoto: Getty Images/AFP/G. Guercia

A consultora económica inglesa Economist Intelligence Unit (EIU) revelou nos últimos dias dados pouco animadores sobre as economias de Moçambique e Angola. O analista Nathan Hayes da EIU falou com a DW África e explicou os desafios que se impõem a estas duas economias.

Agricultura prejudicada em Moçambique

No ano de 2019, era esperado que a economia de Moçambique ainda crescesse um pouco. Contudo, devido aos ciclones que afectaram o país, é esperada uma recessão 2,2% este ano. A agricultura é um dos sectores mais prejudicados.

EIU: Moçambique e Angola

"O sector da agricultura foi bastante afectado por ambos os ciclones. O ciclone Idai afetou a região centro do país, isso teve um grande impacto nos meios de produção e no ciclo de colheita estava a começar. Haverá uma uma queda de 40 a 50 % nas exportações neste sector. Um mês depois, o ciclone Kenneth, na região norte, também afectou as colheitas", explica Nathan Hayes.

As infraestuturas também foram prejudicadas e isso afetou o fluxo da natural da economia, como conta o analista inglês.

"Também teve um impacto nas infraestruturas comerciais, as estradas e os portos. O porto da Cidade da Beira, que tem muito tráfego regional, também foi severamente afectado. Mas tem havido muita ajuda internacional para reconstruir o porto. E tem havido algumas medidas de mitigação para melhorar a resposta a desastres como este no futuro", acrescenta. 

Contudo os investimentos na exploração de gás natural no norte de Moçambique vão ajudar o país a recuperar economicamente na próxima década.

"O anúncio de investimento da Anadarko foi divulgado, mas os lucros desse investimento só começar a partir dos meados da próxima década. Depois disso a economia vai crescer bem", considera o analista da EIU.

Ölbohrplattform aus Angola zu Instandsetzungsarbeiten in Walvis Bay in Namibia
Plataforma de petróleoFoto: Getty Images/AFP/G. Guercia

Angola e o desafio da diversificação

Em Angola, Nathan Hayes considera que as reformas na economia vão ser difíceis de implantar, num ano em que a produção de petróleo vai cair novamente.

"Vai ser muito difícil para o Governo angolano avançar com algumas reformas. A família Dos Santos ainda está muito envolvida em várias áreas da economia. Mas há muito potencial para as reformas irem mais longe", afirma.

Diversificar a economia angolana é fundamental e Nathan vê potencial em alguns sectores, mas o ambiente para os negócios ainda não é o ideal.

"Nós podemos ver algum crescimento no sector dos serviços. Também pode haver algum crescimento nos sectores dos minérios, da construção e da indústria. Com a inflação a descer um pouco, em especial nos próximos anos, isso pode ajudar os negócios a operar no país. Mas ainda é um mercado muito pequeno e o ambiente para os negócios é muito complicado, muitas empresas ainda passariam por alguns desafios", conclui.