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Ataques em Moçambique também vitimizam economia

Manuel David (Lichinga)
14 de junho de 2018

Os ataques recentes na província de Cabo Delgado, em Moçambique, começam a afetar a economia. Alguns comerciantes e vendedores ambulantes estão a encerrar os seus negócios por falta de produtos.

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Strasse zwischen Niassa und Pemba in Mosambik
Foto: DW/M. David

O reforço da presença das forças de segurança na região, anunciado pelo Governo, já se faz sentir nas estradas: a polícia intensificou o controlo de pessoas e viaturas em quase todos os distritos de Cabo Delgado e à entrada da província.

Os residentes ouvidos pela DW África afirmam que a situação está a levar à paralisação da atividade comercial em Cabo Delgado e nas províncias vizinhas. Benedito Mugabe, da localidade de Balama, confirma as dificuldades de circular nestas vias: "Dizem que é devido os ataques que estão acontecer em Cabo Delgado do grupo al-shabab e que toda Província está com problemas de ataques".  

A população tem medo

Economia no norte de Moçambique debaixo de ataque

Segundo Benedito Mugabe, muitos comerciantes locais já fecharam portas, mas, ao que parece, o problema não são só os grupos armados: "A população em geral não consegue fazer os trajetos para irem às compras ou tratar de outros assuntos na província, porque a estrada está cheia de polícia".

Eduardo de Almeida, outro residente em Pemba, afirma que a população vive com medo dos ataques. "Por causa da situação, muita agente tem medo de viajar. Mesmo os comerciantes que compravam produtos em Nampula ou em Pemba têm também que circular". Mas segundo este cidadão, muitos comerciantes deixaram de se deslocar por receio dos grupos armados.

Reforço da presença das forças de ordem

Sarmento Bacelar
O analista e polítologo Sarmento Bacelar aplaude as medidas de segurançaFoto: DW/M. David

A DW África tentou, sem sucesso, contatar as autoridades policiais. Mas o analista político e docente universitário da Universidade Católica de Moçambique vê com bons olhos o reforço do controlo policial nas estradas.

Para o analista, o Estado moçambicano está ameaçado e por isso é correto tomar medidas como o controle de quem circula na área: "Uma vez que se torna difícil perceber de onde é que esses terroristas estão a sair, o Estado fez a melhor escolha, a de restringir, para controlar. Porque senão voltaremos a ser ameaçados. Não havendo paz efetiva isso pode conduzir à desestabilização do próprio país".