Educadores moçambicanos sem chances de promoção
15 de setembro de 2016Os professores e diretores das escolas disseram à DW África que estão muito revoltados e agastados com o Governo moçambicano.
Isso deve se ao fato de muitos funcionários do setor da Educação, em particular na província da Zambézia, terem perdido o direito de serem nomeados e promovidos profissionalmente, porque o Estado moçambicano ainda não tem dinheiro para o efeito.
"Nós já vínhamos com a informação de que a crise financeira não iria afetar o setor da educação. Quando dizem que não haverá progressão, os porquês eles não invocam. Só dizem, 'têm que aguardar'. Quando acontece, ninguém gosta," declarou um professor que preferiu não ser identificado.
Um outro professor acrescentou que carece de explicação por parte do Governo a situação em que se encontram muitos professores e outros funcionários do setor de Educação na Zambézia.
"Este ano, nós tivemos uma dificuldade maior. Alguns colegas professores deveriam mudar as suas categorias profissionais, é o caso de mudança de carreira por conclusão de nível acadêmico. Este, para mim, é um assunto muito triste," lamentou o professor.
"Recebemos uma circular da Direção Provincial de Economia e Finanças que, por causa de reajuste do orçamento, este ano não será possível realizar o ato administrativo sobre as mudanças de carreira, nem progressões," relatou.
Pouco dinheiro, muita paciência
Segundo o porta-voz da Direção Provincial de Educação e Desenvolvimento Humano da Zambézia, Mohamed Hibraimo, "vamos ter paciência, porque isso afeta a todos nós. É um processo que está a afetar o país e também os colegas docentes.Vamos ter paciência que virão melhores dias. Logo que a situação econômica melhore, penso que o país começará a atingir aqueles números de crescimento, penso que as coisas vão melhorar," desdramatiza.
Muitas Instituições do ensino público na Zambézia funcionam com fundos próprios para despesas internas, mas mesmo assim falta a algumas delas papéis de resmas e energia para o funcionamento das luzes para os alunos que frequentam aulas no período da noite.
"No meu entender, quando se dizia que não vão ser afetados, diria, era mesmo para tranqüilizar as comunidades e a população de que nenhuma escola vai ficar paralisada por causa da crise," acrescenta Hibraimo.
A situação financeira na Zambézia, está a ser duramente vivida, os preços de produtos alimentares e não só, mas também roupa para vestir, estão a um preço muito alto.
Um litro de óleo de cozinha, por exemplo passou de 75 para 150 meticais - o equivalente a 1,5 euro.