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Moçambique: Elias Dhlakama critica a RENAMO e o DDR

Arcénio Sebastião (Beira)
30 de março de 2022

Elias Dhlakama pede a convocação imediata do Conselho Nacional da RENAMO para começar já a discutir as autárquicas de 2023. Com críticas ao DDR, o irmão do ex-líder do partido teme o resultado das próximas eleições.

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Elias Dhlakama: "Não queremos a violência em Moçambique, queremos fazer eleições com paz para ganharmos bem"Foto: DW/A. Sebastião

Elias Dhlakama pede uma reunião urgente do Conselho Nacional da RENAMO para definir diretrizes sobre as autárquicas, agendadas para outubro do próximo ano.

Dhlakama, membro da comissão política nacional e irmão do antigo presidente do maior partido de oposição moçambicana, Afonso Dhlakama, estranha que, nos últimos quatros anos, o Conselho Nacional não se tenha reunido. Não é isso que está previsto nos estatutos da RENAMO, que indicam que deve haver uma reunião duas vezes por ano.

Agora, com as eleições marcadas, não se pode esperar mais, afirmou Elias Dhlakama, em declarações à DW esta terça-feira (29.03).

"É um imperativo nacional, repito, é um imperativo nacional. Não é querer ou não querer. Não há nada que pode se fazer sem partir desta reunião do conselho nacional, é do conselho nacional que deve se adotar estratégia de como nós devemos caminhar, é aqui onde devemos discutir sobre as manobras dos nossos adversários", alertou.

Questionado pela DW, o secretário-geral do partido, André Madjibire, não quis comentar o assunto.

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Críticas ao DDR

Dhlakama diz que a morosidade do processo de DDR tem três grandes culpados: o Governo, a comunidade internacional e a própria RENAMO.

"É preciso responsabilizar quem deve ser responsabilizado. É responsabilidade do Governo moçambicano dar pensões, então que dê. Os subsídios que os militares receberam no ato da desmobilização é da comunidade internacional… se a responsabilidade é sua, deve dar continuidade. À RENAMO cabe a responsabilidade de exigir [que isso aconteça] e de facto queremos saber se este assunto foi negociado, das pensões”, criticou.

Há duas semanas, o partido denunciou que o processo de DDR estava estagnado porque milhares de desmobilizados estavam sem pensões. A RENAMO está à espera que o Governo fixe o valor da pensão.

Elias Dhlakama deixa um apelo: "Onde termina a inteligência do homem, o que poderá acontecer é a violência. Nós não queremos a violência em Moçambique, queremos paz, queremos fazer eleições com paz para ganharmos bem, porque a RENAMO está em condições de ganhar".

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