Eleições gerais na Guiné-Bissau a 16 de março de 2014
15 de novembro de 2013A data para essas eleições surge depois de várias consultas realizadas pelo Presidente de transição, Serifo Nhamadjo, ao Governo de transição, aos partidos políticos e "outras forças vivas" da Guiné-Bissau. Para Nhamadjo estão agora "preenchidos os pressupostos que permitem com segurança a marcação da nova data".
Para o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), o maior partido guineense, o mais importante é que as eleições sejam realizadas de forma livre, justa e transparente, como disse à DW África Manecas dos Santos, dirigente do PAIGC.
"Não temos nenhuma objeção a qualquer data que seja marcada pelo Presidente da República. Queremos sim que sejam eleições transparentes e justas e que os resultados não sejam contestados por ninguém", declarou.
Eleições coincidem com campanha de cajú
Por seu turno, Agnelo Regala, líder da União Para a Mudança (UPM), espera que desta vez essas eleições tenham realmente lugar.
"Não existem outras possibilidades para falhas. O país tem que cumprir este calendário porque caso contrário a crise vai agravar-se ainda mais e chegaremos a um ponto de insustentabilidade que poderá trazer convulsões a nível do tecido social guineense", avisa.
Segundo o Presidente de transição, a Comissão Nacional de Eleições e o Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral deram "garantias técnicas” de que estão reunidas todas as condições para a realização das eleições no primeiro trimestre de 2014".
No entanto, na opinião de Agnelo Regala, a nova data para a ida às urnas vai coincidir com a campanha da castanha de cajú, ou seja, a altura do crescimento económico do país. "Sabendo que os membros do Governo vão estar nas campanhas eleitorais, seria bom que fosse criada uma entidade que pudesse conduzir todo o processo da castanha de cajú, à margem do Governo", defende.
Em contrapartida, Afonso Té, que lidera o Partido Republicano da Independência e Desenvolvimento (PRID), afirma que marcar a realização das eleições gerais para março é uma data realista. "A nossa proposta foi sempre o primeiro trimestre de 2014, porque é algo realista e pragmático".
Escrutínio esteve marcado para novembro
O escrutínio esteve agendado para 24 de novembro, mas vários obstáculos, nomeadamente a disponibilidade financeira, obrigaram ao adiamento do ato eleitoral.
Entretanto, o advogado Vicente Fernandes, do Partido da Convergência Democrática (PCD), defende o cumprimento da lei ou seja o respeito pelos prazos para a preparação de todo o processo eleitoral. "Que a lei seja cumprida, que a democracia ganhe e que haja paz e estabilidade para a Guiné-Bissau, que bem precisa", sublinha.
O orçamento das eleições, na ordem dos 14 milhões de euros, "apenas ficou assegurado a pouco mais de 30 dias do prazo agendado, graças às contribuições decisivas da Conferência de Chefes de Estado da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental(CEDEAO), da Nigéria, Timor-Leste e União Europeia", acrescenta o advogado.
Entretanto, o Governo de transição já anunciou que o recenseamento eleitoral vai decorrer de 01 a 21 de dezembro.