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Eleições no Uganda: Museveni e o medo de uma revolta

17 de fevereiro de 2011

Depois dos protestos na Tunísia e no Egito líderes que insistem em permanecer no poder em outros países ficam em alerta. Tal acontece com Yoweri Museveni, presidente do Uganda há 25 anos.

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Yoweri Museveni, presidente do UgandaFoto: dapd
Yoweri Museveni tem hoje 66 anos, está há 25 no poder e esta sexta-feira (18.02.11) concorre de novo às eleições presidenciais e já se apresenta como vencedor. No seu discurso de campanha, o Presidente promete educação gratuita e diz que as propinas das universidades serão substituídas por créditos à educação.

Na multidão que ouviu o discurso estava Osborne Opio, de 23 anos oriundo da cidade de Gulu, no norte do país, onde até há poucos anos se encontravam os rebeldes do Exército de Resistência do Senhor.  Desde que os rebeldes deixaram o país, a cidade de Gulu tornou-se próspera e "mudou muito! Nos anos 80 e 90, as pessoas já corriam para casa às 6 horas da tarde, com medo dos rebeldes. Hoje, vemos as pessoas a passear à noite. Museveni conseguiu mesmo muito!", diz o jovem.

Os jovens querem mudança

Kizza Besigye Oppositionsführer Uganda
Kizza Besigye,(à esquerda) candidato da oposição no Uganda, a conversar com sua mulher, Winnie BesigyeFoto: AP

Contudo, nem todos pensam assim. Os jovens ugandeses têm vindo a manifestar-se contra o seu presidente nos últimos anos e só com força militar tem sido possível abafar os protestos. Agora, é possível que os jovens saiam novamente às ruas. Os ugandeses têm acompanhado com atenção a evolução da situação no Egito desde os protestos naquele país.

Muitos exigem mudanças políticas – tal como Eugen Balek, de 22 anos, que apoia o candidato da oposição, e diz que  "se Besigye vencer, tudo mudará. Se não vencer, nós vamos agir, como os egípcios, que sofreram tanto tempo com o seu presidente."

Sondagens favorecem Museveni

Nas últimas eleições, realizadas em 2006, Besigye obteve 37% dos votos, Museveni 59%. Uma sondagem recente prevê que, desta vez, sejam mesmo 65% para Museveni e 15 para Besigye. O líder da oposição fala já de manipulação dos votos e já fez saber que iria anunciar os seus próprios resultados por não confiar na comissão eleitoral.

Militär in Uganda
Polícia no Uganda a controlar manifestantesFoto: AP Photo

Mais de 50.000 polícias estão de serviço no país inteiro e o exército está de plantão. No Uganda, ninguém duvida de que Museveni sairá vencedor das eleições desta sexta-feira (18.02.11). Contudo, somas gigantescas terão desaparecido dos cofres do estado nas últimas semanas, o ministro das finanças teve de declarar a bancarrota do estado.

Autor: Simone Schlindwein/ Marta Barroso

Revisão: Carla Fernandes/ António Rocha