Eleições nos EUA: Biden espera "vitória clara"
7 de novembro de 2020"É tempo de nos unirmos", declarou o ex-vice-Presidente de Barack Obama, numa breve intervenção em Wilmington, no estado do Delaware, no nordeste do país, na noite de sexta-feira (06.11), enquanto continuam sem serem conhecidos os resultados do escrutínio de terça-feira.
"Devemos ultrapassar a cólera", acrescentou, e prometeu também trabalhar, a partir do "primeiro dia" na Casa Branca para combater a pandemia da Covid-19, que já causou um total de mais de 236 mil mortos e de mais de 9,7 milhões de casos no país.
"Caros americanos, continuamos sem ter uma declaração final de uma vitória, mas os dados oferecem um quadro claro e convincente: vamos ganhar esta eleição", declarou, mostrando-se confiante e a pedir paciência, tal como na véspera.
Contagem
Joe Biden, de 77 anos, sublinhou o avanço na contagem a seu favor nas últimas 24 horas, e afirmou que ia ganhar nos estados da Pensilvânia e na Geórgia. "Ganhámos no Arizona. Ganhámos no Nevada", acrescentou.
Biden salientou que "não está à espera para começar a trabalhar", tendo mantido reuniões, juntamente com a senadora Kamala Harris, candidata a vice-Presidente, sobre a situação da Covid-19 e a economia no país.
"Não temos mais tempo a perder com guerras partidárias", sublinhou, dirigindo-se a milhões de norte-americanos desempregados e com dificuldades em pagar a renda ou comprar comida.
Até agora, nenhum dos dois candidatos, Biden ou o atual Presidente norte-americano, Donald Trump (republicano), atingiram os 270 votos do Colégio Eleitoral necessários para ser declarado vencedor, de acordo com a contagem da agência de notícias Associated Press (AP).
Vitória "ilegítima"
Entretanto, o candidato republicado, Donald Trump, disse esta sexta-feira que o candidato democrata Joe Biden não deve reivindicar a vitória de forma "ilegítima", numa altura em que o seu oponente parece muito próximo de assegurar a vitória.
"Joe Biden não deve reivindicar ilegitimamente a presidência", escreveu o republicano numa mensagem publicada na rede social Twitter.
"Eu também não a poderia reclamar. O processo está apenas a começar", disse ainda Trump, citado pela agência AFP.
Até ao momento, ainda nenhum órgão de comunicação social norte-americano designou o vencedor das eleições presidenciais.
Uma vitória no Estado da Pensilvânia permitiria a Biden ultrapassar a barreira dos 270 "Grandes Eleitores" do Colégio Eleitoral necessários para assegurar a Casa Branca, noticia a agência EFE.
Com esse resultado, alcançaria 284 ou 273, dependendo se o Estado do Arizona for contabilizado ou não a favor do democrata.
Já o caminho de Trump para a reeleição para estar a estreitar-se e tem de passar necessariamente por vitórias na Pensilvânia e Geórgia, bem como em outros Estados importantes.
Contestações
No entanto, Trump, que denunciou a existência de fraudes eleitorais, sem apresentar quaisquer provas, apresentou ações judiciais nos estados da Pensilvânia, do Michigan e da Geórgia para invalidar votos em Joe Biden e anunciou também que ia recorrer ao Supremo Tribunal.
No Michigan e Geórgia os tribunais já rejeitaram as suas queixas. Noutro estado, em Wisconsin, a equipa do Presidente pediu uma recontagem dos votos.
As autoridades da Geórgia anunciaram sexta-feira que haverá uma recontagem de votos no Estado, devido ao acerto dos resultados, não se esperando um vencedor definitivo até ao final do mês.
"Continuaremos neste processo em todos os aspetos da lei, para garantir que o povo americano tenha confiança no Governo. Nunca vou parar de lutar por vocês e pelo nosso país", destacou Trump, através de um comunicado difundido na sexta-feira pela sua campanha.