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Em Angola representante do Papa exige expansão da Rádio Ecclésia

Nelson Sul D’Angola (Benguela)21 de julho de 2014

Para o Núncio Apostólico em Angola é chegada a hora do Governo autorizar expansão do sinal da rádio Ecclésia às 18 províncias do país, porque os angolanos têm sede de usufruir de um serviço de informação independente.

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Dom Nuvatus Rugambwa, embaixador do Papa Francisco em AngolaFoto: Nelson Sul DAngola

O embaixador do Papa Francisco em Angola, Dom Novatus Rogambwa, manifestou pela primeira, o seu descontentamento contra as autoridades angolanos na longa morosidade que se observa para a expansão da Rádio Ecclésia.

Dom Novatus Rugambwa, afirmou, na última semana, em visita de trabalho à Diocese de Benguela, que o Governo angolano deve, de uma vez por todas, autorizar a extensão do sinal da Rádio Ecclésia, para as dezoitos províncias do país, ao invés de estar limitada apenas à capital angolana, Luanda.

O Núncio Apostólico em Angola junta-se assim aos apelos dos Bispos da Conferencia Episcopal de Angola e São Tomé (CESAT) e aos diversos setores da Sociedade Civil que há mais de 15 anos tem vindo a pressionar o Governo de José Eduardo dos Santos nesse sentido.

O Presidente de Angola e o partido que sustenta o Governo, o MPLA, são acusados de bloquear a expansão da emissora Católica de Angola, por motivos meramente políticos.

Expansão em nome do desenvolvimento

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Estúdio da Rádio Ecclésia em LuandaFoto: DW / Johannes Beck

Mas para Dom Novatus Rugambwa, seja lá quais forem as razões que estarão por detrás, os católicos e os angolanos duma forma em geral, têm sede de usufruir dos serviços da Rádio Ecclésia: "As pessoas tem sede de ter o benefício deste serviço paro o desenvolvimento social, e sobretudo, espiritual."

O embaixador do Papa Francisco em Angola, Dom Novatus Rogambwa, disse, por outro lado, que há muito tempo tenta compreender o que estará na base da morosidade por parte do Governo em não autorizar que a emissora católica seja ouvida em todo o território nacional, já que ela é uma emissora que transmite os valores do evangelho e contribui na formação da sociedade.

Esperançoso e por considerar o Governo angolano um sujeito de bem, o Núncio Apostólico Dom Navatus Rongabwa espera que este impasse termine o mais depressa possível por ser um problema de longo tempo.

Mas Dom Navatus Rongabwa mostra-se esperançoso: "Temos naturalmente um problema de muitos anos, de não ter aquela autorização de poder transmitir, mas esperamos que em pouco tempo possamos ter uma solução para este problema e assim os cidadãos cristãos, católicos, e não só, possam beneficiar deste serviço que é muito importante para todos nós."

Acusação de incompetência

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Dom Nuvatus Rugambwa, Núncio Apostólico em AngolaFoto: Nelson Sul DAngola

Esta é a primeira vez que o Núncio Apostólico em Angola fala sobre o dossier Rádio Ecclésia desde que chegou ao país, em 2010, em substituição de Dom Ângelo Becciu, uma figura eclesiástica que na hora da despedida não deixou de manifestar o seu total descontentamento contra as autoridades angolanas pela forma como sempre lidaram com a questão da expansão do sinal da Rádio Ecclésia.

Salienta-se que, em novembro ultimo, o arcebispo da Huíla, Dom Gabriel Mbilingui, considerou mesmo de incompetente o Governo de José Eduardo dos Santos por revelar-se incapaz de resolver o caso da Rádio Ecclésia.

Na altura, Dom Gabriel Mbilingui questionou: "Como é que a autoridade competente em relação a este assunto da Rádio Ecclésia demonstra verdadeiramente, incompetência e fez a lei para tutelar o direito à informação e formação, que é próprio desses órgãos de comunicação, e é quem permanentemente viola a própria lei?"

Criada em 1954, a emissora católica de Angola, é um dos principais veículos de informação independente no país, que foi confiscada, em 1977, e ressurgiu em 1996. De lá para cá, a Rádio Ecclésia, que é parceira da DW, apenas é ouvida na capital do país.

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