Emmerson Mnangagwa reempossado Presidente do Zimbabué
26 de agosto de 2018A cerimónia de posse de Emmerson Mnangagwa acontece dias depois de o Tribunal Constitucional (TC) do Zimbabué ter rejeitado, na passada sexta-feira (24.08), a alegação da oposição de que sua vitória eleitoral, em 30 de julho, foi manipulada.
Diante de milhares de apoiadores, no estádio nacional da capital Harare, Mnangagwa fez o juramento.
"Eu, Emmerson Dambudzo Mnangagwa, juro que, como Presidente da República do Zimbabué, serei fiel ao Zimbábue [e] obedecerei, apoiarei e defenderei a constituição do Zimbabué," proferiu.
A cerimónia deste domingo foi presidida pelo juiz do Supremo Tribunal, Luke Malaba, que juntamente com outros oito juízes do Tribunal Constitucional, na semana passada, rejeitaram a petição da oposição contra a vitória eleitoral de Mnangagwa.
Esta foi a segunda vez que Mnangagwa foi empossado, depois de ter assumido o lugar de Mugabe, em novembro passado. Mas foi sua primeira posse depois de ganhar quase 51%de apoio eleitoral, contra 44%cento de seu rival, Nelson Chamisa.
Os chefes de Estado da África do Sul, Congo, Ruanda e Zâmbia estavam entre os que compareceram. Já o ex-líder do Botswana e um crítico ferrenho de Mugabe, Ian Khama, participou da primeira posse de Mnangagwa em novembro, mas não compareceu à cerimónia deste domingo.
Reações e cenário atual
Nelson Chamisa, o principal líder da oposição no Zimbabué, rejeitou a decisão do TC e, antes da posse, descreveu-a como "falsa". Ele prometeu intensificar protestos pacíficos contra o Governo de Mnangagwa.
Os observadores eleitorais dos Estados Unidos reagiram à decisão judicial de sexta-feira (24.08) pedindo que "todos os lados evitem atos ou ameaças de retaliação contra rivais políticos".
O líder religioso, Andrew Wutawunashe, que deu a bênção antes do juramento de posse, apelou ao Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para suspender as sanções contra o Zimbábue e seu líder.
"Estamos dizendo a você, finalmente encontramos um homem que pode fazer da nossa pequena nação uma grande nação. Por favor, ajude-o," disse Wutawunashe.
Mnangagwa, que é apoiado pelas forças armadas do país, enfrenta agora a gigantesca tarefa de reconstruir uma economia que permanece em depressão, após anos de má administração e hiperinflação. Protestos mortais após a eleição de julho demonstram a necessidade urgente de unir uma nação que esperava que a era pós-Mugabe traria mudanças.
Apesar da oposição alegar fraude eleitoral, os observadores ocidentais observaram poucas questões em torno da votação pacífica. Mas expressaram preocupação sobre o "uso excessivo da força" dois dias depois, quando seis pessoas foram mortas – na ação dos militares para dispersar os protestos. Vários partidários da oposição foram presos nos dias após a votação.