Empresários alemães piscam o olho a Angola na FILDA
16 de julho de 2013A trigésima edição da FILDA conta com a participação recorde de 1.000 expositores de 36 países. Esta participação maciça internacional espelha, de certa forma, o interesse crescente em Angola, um país que parece ser cada vez mais atraente como parceiro de negócios e trocas comerciais.
Portugal poderá deixar de ser o maior participante estrangeiro da FILDA, com a Turquia a ultrapassar o número de expositores dos portugueses. A China foi o país convidado desta edição – dados do Instituto Nacional de Estatísticas de Angola demonstram que a China continua a reforçar a sua importância no comércio com o país. Em 2012, quase metade das exportações angolanas destinaram-se ao mercado chinês. O principal produto vendido foi o petróleo.
A Alemanha também está presente nesta edição da FILDA. Quarta-feira (17.07.2013) será o dia dedicado ao país, bem como à comemoração do terceiro aniversário da fundação do escritório da delegação da economia alemã.
Ricardo Gerigk, delegado da indústria alemã em Angola, diz que, ao todo, vão estar 13 empresas alemãs no certame. Quatro delas participam pela primeira vez. As empresas trabalham, por exemplo, nos setores da medicina, engenharia e construção civil.
"Temos aqui a Voith Hydro, juntamente com a Siemens, para os grandes projetos de barragens", diz Gerigk. "Prevê-se a construção de duas barragens nos próximos tempos. Uma delas já arrancou, que é o projeto de Laúca, em que a Voith está envolvida diretamente."
Local de oportunidades
A FILDA é vista como uma oportunidade para ampliar as relações comerciais bilaterais, pois a indústria de Angola é pouco expressiva e o país ainda importa 90% dos produtos que consome, desde bens alimentícios até medicamentos ou tecnologia de ponta.
A Alemanha também vê potencial no mercado angolano. O delegado da indústria alemã, Ricardo Gerigk, diz que, para além do petróleo, produto que representa 90% das exportações angolanas, há outros interesses.
"O que o Governo angolano pretende é diversificação da economia. Por isso, através da vinda de empresas com diferentes interesses, existe um grande potencial para quase tudo", explica. "Logicamente, nessas relações bilaterais a mais valia que a Alemanha pode oferecer, fugindo desse setor petrolífero, são os setores das infraestruturas, energias renováveis, engenharia ou o setor farmacológico."
"Uma questão de sobrevivência"
Angola já é o terceiro maior parceiro comercial da Alemanha na África a sul do Sahara, depois da África do Sul e da Nigéria. O volume de negócios entre os dois países atinge as largas centenas de milhões de euros.
O interesse da Alemanha em Angola é "uma questão de sobrevivência", diz Ricardo Gerigk. "Não adianta pensar só nos mercados asiático, sul-americano ou norte-americano. No futuro será o continente africano e quem já se tiver estabelecido terá as melhores oportunidades."
Em África vivem mais de mil milhões de pessoas. Todos os anos, cerca de cinco milhões de africanos passam a fazer parte da classe média, refere o delegado da indústria alemã em Angola. "Há procura de produtos de qualidade e a Alemanha pode oferecê-los. Sobretudo produtos que são importantes para a infraestrutura dos países."
A FILDA encerra as suas portas no dia 21 de julho, com a Grande Gala dos Leões de Ouro, que premeia os expositores em 19 categorias, e com a participação especial do cantor espanhol Julio Iglesias.