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Empresas africanas à procura de talentos na capital portuguesa

14 de maio de 2012

Lisboa acolheu este fim de semana o Fórum de Recrutamento “Careers in África”, direcionado para os países africanos de língua portuguesa. O evento reuniu mais de uma dezena de empresas à procura dos melhores "cérebros".

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Afrikaner in einem Labor mit MikroskopFoto: Fotolia/gwimages

Numa sala de um hotel na capital portuguesa, Lisboa, representantes de onze empresas recebem o currículo dos candidatos, na sua maioria jovens universitários que procuram a sua primeira oportunidade para entrar no mercado do trabalho em África.
Durante três dias, entre sexta (11.05) e domingo (13.05), cerca de 500 candidatos foram entrevistados e ficaram a conhecer melhor as empresas e os projetos que necessitam de quadros qualificados.

Presente neste evento a hidroelétrica de Cahora Bassa veio à procura de moçambicanos que queiram regressar ao seu país. “Em vez de esperarmos que eles cheguem à terra e façam a sua candidatura vamos nós atrás para termos a primeira escolha”, frisa Vanessa Mangeira, diretora de Recursos Humanos da hidroelétrica. A empresa moçambicana precisa de engenheiros, eletricistas e de quadros com experiência na área ambiental, que possam levar mais-valia para a exploração da barragem.

Cahora Bassa Staudamm Stausee
Hidoelétrica de Cahora Bassa é um empregador desejadoFoto: Wikipedia

Jovens africanos formados em Portugal sonham com o regresso a África

Licenciado em física e com dois mestrados, Ricardo Filipe Correia, gostaria de voltar a Moçambique, “para dar o seu contributo” ao desenvolvimento do país natal. Também a angolana Zurema Tiago, engenheira do ambiente, chegou a este Fórum com muita expetativa. “ Gostava de voltar para a minha terra, mas não me importava nada de ir para Moçambique trabalhar”, diz

À procura de oportunidade vieram também quadros de São Tomé e Príncipe, onde estão em curso projetos de prospeção de petróleo. É nisso que pensa Emídio Neto, formado em engenharia química.”No folheto que eles dão existem duas empresas que estão ligadas a São Tomé, mas a área com a qual eles trabalham não é a área da química o que não favorece muito o meu caso”, ressalta.

** FILE ** A five-platform complex pumps crude off the coast of Cabinda, Angola's most prolific oil field in this Friday, July 12, 2002 file photo. Angola is joining OPEC, African oil exploration is booming and China is investing. The stampede for African oil has continued, even as militant attacks in some countries and precarious governments in others make returns uncertain. (AP Photo/Bruce Stanley, File)
Rica em recursos naturais Angola procura agora os melhores recursos humanosFoto: AP

Moçambique e Angola no topo dos países mais procurados por jovens quadros

Percebe-se claramente que Angola e Moçambique estão entre os países que mais interesse têm despertado nestes fóruns de recrutamento de excelência. Tanto mais que o grupo Mota Engil sai de Lisboa já com uma carteira de candidatos, afirma Glayds Estevão, diretora dos Recursos Humanos da empresa em Angola .“ Nós tínhamos algumas expetativas. O nosso core bussiness é a construção, obviamente que os engenheiros civis estão aqui numa primeira linha, mas temos outras áreas que precisamos reforçar a curto e médio prazo”.

Para a Global Career Company, empresa promotora sedeada em Londres, este Fórum de Lisboa oferece boas perspetivas. “Temos um feedback muito positivo da parte das empresas relativamente à qualidade dos candidatos. Houve mesmo uma empresa que não vou citar o nome por razões de confidencialidade, que já estava a imprimir 14 ofertas de emprego para Angola, o que é um resultado muito bom”, diz Cristina Pimentel, consultora de recrutamento internacional.

Autor: João Carlos (Lisboa)
Edição: Helena Ferro de Gouveia/ António Rocha



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