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Empréstimo do FMI deve viabilizar crescimento de Angola

Lusa | cvt
26 de agosto de 2018

O Governo angolano defende que assistência financeira do Fundo Monetário Internacional irá reduzir rácio da dívida do país. Segundo ministro da Economia e Planejamento, receitas fiscais de 2018 não são suficientes.

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USA Sitz des Internationalen Währungsfonds (IWF) in Washington DC
Sede do FMI em Washington DCFoto: picture-alliance/Photoshot/Xinhua/B. Dandan

A explicação foi dada, este sábado (26.08) em Luanda, pelo ministro de Economia e Planeamento de Angola, Pedro da Fonseca, na apresentação do Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN) aos membros, militantes e simpatizantes do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), que projetou que o setor não petrolífero poderá representar 77,2% do Produto Interno Bruto (PIB), em 2022.

Pedro da Fonseca argumentou que as receitas fiscais a coletar ao longo de 2018, por si só, não são suficientes para pagar a dívida que ocorre neste período. 

O governante angolano indicou que, para pagar o que deve em 2018, o país tem um rácio de cerca de 114%, percentagem que não cobre os serviços da dívida com responsabilidade pública.

Tendo em conta este quadro, explicou, o Governo de Angola recorreu ao programa de assistência financeira ao FMI, com quem vai discutir um financiamento ampliado no valor de cerca de 3,9 mil milhões de euros.

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Segundo Pedro da Fonseca, uma vez alcançado um acordo, Angola, no quadro do conjunto de políticas concebidas no PDN, o indicador do rácio do serviço da dívida/receitas fiscais, vai diminuir para 68,8% já em 2019, oscilando nos anos seguintes entre os 77,1% (2020), 56,7% (2021) e 68,2% (2022), atingindo níveis comportáveis e muito abaixo dos de 2018.

"Se continuássemos na mesma senda, estaríamos a inviabilizar o crescimento económico", sublinhou.

Na apresentação, o ministro falou sobre o desenvolvimento económico sustentável e inclusivo, sendo esse o segundo eixo do PDN, que prevê, entre outras políticas, o fomento da produção, a substituição da importação e a diversificação das exportações.

Negociações à vista

Na passada quinta-feira (23.08), o ministro das Finanças, Archer Mangue, já havia anunciado que o país irá negociar o financiamento com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

A diretora do FMI, Christine Lagarde, deverá visitar Angola em dezembro, adiantou o Presidente João Lourenço em entrevista à DW, também na passada quinta-feira – no âmbito da visita do Presidente angolano à Alemanha.

Segundo Mangueira, caso Angola chegue a uma conclusão com a instituição de Bretton Woods, o empréstimo será disponibilizado em três tranches de cerca de 1.300 milhões de euros por ano cada, com vista à execução do Programa de Estabilização Macroeconómica (PEM) definido pelo Governo angolano.

O ministro das Finanças angolano adiantou que o Programa de Financiamento Ampliado (Extended Fund Facility - EFF), que surge depois do acordo negociado pelo Executivo angolano e o FMI em 2008, visa fundamentalmente a consolidação do ajustamento fiscal.

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