Encerra campanha eleitoral na Guiné-Bissau
16 de março de 2012
Pacífica e sem incidentes. Assim se pode descrever a campanha eleitoral na Guiné-Bissau que esta sexta-feira (15.03) se concluiu em festa. Conteúdos políticos foram escassos, a mensagem central dos discursos foi comum a todos os candidatos: paz e reconciliação nacional.
Depois de terem percorrido o interior do país, os candidatos chegaram em força à capital. E o ambiente que se viveu no último dia de campanha assemelhou-se ao de um enorme arraial popular. Em cima de camiões ou em carrinhas os apoiantes dos diversos candidatos passearam-se pelas ruas da capital fazendo o máximo de barulho possível.
As cores de Bissau nesta sexta-feira (15.03) eram as da bandeira nacional, que também é a do partido no Governo, o PAIGC, mas também o branco das T-shirts com o rosto dos diferentes partidos que foram sendo distribuídas aos eleitores.
Desde muito cedo que na Praça dos Heroís Nacionais, onde decorreu o comício de encerramento de Carlos Gomes Júnior, o candidato apoiado pelo PAIGC, que se começaram a juntar populares. Mulheres e homens de todas as idades e muitas, muitas crianças. Em Bissau, ninguém pareceu querer perder a festa.
Desejo de paz generalizado
Descendo a Av. Amílcar Cabral até ao Monumento dos Mártires de Pindjiguity a festa continua desta a vez por conta dos simpatizantes do candidato independente Henrique Rosa, embora com significativamente menos pessoas do que no comício de Carlos Gomes Júnior, a animação não faltou - nem o desejo de paz.
Neste último dia de campanha eleitoral, o representante do secretário-geral das Nações Unidas para a Guiné Bissau, Joseph Mutaboba, elogiou os guineenses e lançou um apelo. “Nas eleições anteriores o povo da Guiné-Bissau sempre exerceu os seus direitos democráticos com um elevado sentido de responsabilidade e civismo. Espero que o processo eleitoral decorra de forma pacífica e ordeira”, afirmou.
Pacífica, ordeira e transparente
Joseph Mutaboba encorajou ainda "todos os atores nacionais" e ainda "as autoridades" - particularmente as forças de segurança, os partidos políticos, candidatos e os seus apoiantes, a garantirem que a ida às urnas ocorra de forma transparente.
Sábado será dia de reflexão e no domingo cerca de 600 mil eleitores irão escolher o sucessor de Malam Bacai Sanhá, falecido em janeiro deste ano, vítima de doença prolongada.
Autora: Helena Ferro de Gouveia (em Bissau)
Edição: Renate Krieger