Enviado de Guterres pede diálogo à Junta Militar da RENAMO
31 de março de 2021"Continuamos a encorajar todos os restantes membros da Junta Militar da RENAMO a escolherem o diálogo para resolverem os seus diferendos. Recordar-lhes que o processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) continua aberto para eles, sendo a opção mais viável para assegurar o seu regresso pacífico à vida civil", disse Mirko Manzoni, numa nota enviada à comunicação social.
O representante de António Guterres falava no âmbito da conclusão das atividades de DDR do braço armado da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), principal partido da oposição, na província de Manica, no centro de Moçambique.
Segundo Manzoni, 43 membros da autoproclamada Junta Militar da RENAMO, incluindo André Matsangaíssa, o terceiro rosto do grupo, aderiram ao processo de DDR em Manica, num universo de 817 antigos guerrilheiros abrangidos naquela província.
"A conclusão das atividades de DDR na província de Manica assinala um marco significativo na implementação do Acordo de Maputo, uma vez que mais de metade das bases militares da Renamo se encontram agora encerradas", referiu.
O processo de DDR foi lançado em Manica no dia 8, prevendo-se abranger 782 guerrilheiros nas bases de Bárue, Tambara e Mossurize.
DDR continua a avançar
Mirko Manzoni disse ainda que o processo continua a avançar, apesar dos desafios relacionados à Covid-19, reiterando a sua determinação para assegurar que o país alcance uma paz "permanente e uma reconciliação genuína".
Um total de 2.307 (44% do total) membros do braço armado do maior partido da oposição foram desmobilizados, avançou Mirko Manzoni, de cerca de 5.000 guerrilheiros que vão ser envolvidos no processo.
O chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, e o presidente da RENAMO, Ossufo Momade, assinaram um acordo de paz em agosto de 2019 prevendo, entre outros aspetos, o Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) do braço armado da Renamo.
A autoproclamada Junta Militar da RENAMO, liderada por Mariano Nhongo, antigo dirigente de guerrilha, é acusada de protagonizar ataques armados contra civis e forças governamentais em estradas e povoações das províncias de Sofala e Manica, centro de Moçambique, incursões que já provocaram a morte de, pelo menos, 30 pessoas desde agosto do ano passado.