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Estudantes queixam-se do preço da Internet em Moçambique

16 de maio de 2024

Sociedade civil pressiona Instituto Nacional das Comunicações de Moçambique (INCM) para baixar as tarifas da internet. Instituição diz que vai submeter o pedido da sociedade civil às autoridades "superiores".

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Membros da sociedade civil já se reuniram com o INCM, mas apenas ficou a promessa de que a instituição vai encaminhar a preocupação aos "seus superiores"
Membros da sociedade civil já se reuniram com o INCM, mas apenas ficou a promessa de que a instituição vai encaminhar a preocupação aos "seus superiores"Foto: Getty Images/AFP/I. Sanogo

internet está mais cara em Moçambique e os utilizadores, sobretudo estudantes, explicam que estão a ser prejudicados pelo agravamento do preço. 

Os estudantes universitários são os que mais sentem o aumento nos preços da tarifa de internet em Moçambique, como conta a estudante Mónica Dália, que lamenta a retirada de pacotes ilimitados da internet servidos pelas operadoras.

"Antes tínhamos pacotes que nos ajudavam a reduzir o valor. Por dia gastava 70 meticais [pouco mais de 1 euro], agora eu multiplico", disse.

Etelvina Marcos, outra aluna, conta que faz pesquisas académicas não só na biblioteca, mas também na internet, mas não sabe como fará daqui em diante. 

Apenas 23% do total de mais 30 milhões de moçambicanos têm acesso à internet
Apenas 23% do total de mais 30 milhões de moçambicanos têm acesso à internet Foto: Ute Grabowsky/photothek/imago images

Pesquisas académicas

"Como estudantes ficamos comprometidos porque não sabemos como vamos fazer as pesquisas devido ao aumento dos preços da internet", desabafa.

Em dezembro de 2022, num conselho coordenador do Ministério dos Transportes e Telecomunicações, o governo comprometeu-se a melhorar o acesso a internet para os cidadãos.

Porém, atualmente, apenas 23% do total de mais 30 milhões de moçambicanos têm acesso à internet. Nélio Sebastião, presidente da Associação dos Estudantes Finalistas Universitários de Moçambique (AEFUM), diz que antes mesmo deste agravamento, o acesso à internet já era um desafio.

Ainda assim, ele explica que "com estes aumentos, nem nós, tampouco os nossos pais e encarregados de educação, poderão conseguir custear este processo", desabafou.

Numa reunião com o Instituto Nacional das Comunicações de Moçambique (INCM), o estudante pediu que as tarifas sejam revistas.

"Há necessidade de adequar essas taxas a nossa realidade e ao nosso contexto", disse Nélio Sebastião.

A ativista Quitéria Guirengane
A ativista Quitéria GuirenganeFoto: privat

"Promessas"

Membros da sociedade civil já se reuniram com o INCM, mas apenas ficou a promessa de que a instituição vai encaminhar a preocupação aos "seus superiores".

A ativista Quitéria Guirengane, que lidera uma campanha de contestação às tarifas, disse que aguarda pela decisão dos mesmos.

"Então, comecem a fazer 'tag' desses superiores de que afinal a decisão vem de si. Estamos à espera daquilo que você vai decidir. Ou este superior que vai decidir vai ser o próximo alvo da nossa campanha em função da sua decisão", afirmou.

Para este sábado (18.05), a sociedade civil marcou uma marcha para contestar - ou eventualmente mesmo saudar - a decisão que for tomada pelas autoridades governamentais.