EUA excluem Etíopia, Mali e Guiné de acordo comercial
2 de janeiro de 2022Segundo os EUA, os governos da Etiópia, Mali e Guiné-Conacri violaram os princípios Programa para o Desenvolvimento e Oportunidades Africanas (AGOA), anunciou neste domingo (02.01) uma fonte oficial do gabinete do representante comercial norte-americano.
O programa garante a muitos países africanos o acesso livre de impostos a milhares de bens ao mercado dos EUA. As novas regras são aplicáveis a 1 de janeiro.
EUA: "profundamente preocupados"
Os EUA estão "profundamente preocupados com a mudança inconstitucional de governo na Guiné e no Mali", diz a declaração. Washington criticou igualmente "violações dos direitos humanos, internacionalmente reconhecidas, cometidas pelo Governo da Etiópia e outras partes no contexto do conflito crescente no norte deste país".
Segundo o anúncio, havia "orientações claras" sobre como os governos poderiam beneficiar novamente de condições comerciais facilitadas. Além disso, Washington iria "trabalhar com os respectivos governos para atingir este objetivo", acrescentou.
O governo dos EUA já tinha anunciado que implementaria esta medida em novembro, iniciando-a pouco antes do natal. Os países tinham sido claramente informados dos progressos que precisavam de ser feitos para serem readmitidos no acordo comercial, afirmou.
O tratamento preferencial para as exportações para os EUA é particularmente importante para a Etiópia, que tem sido abalada por um conflito sangrento.
Conflito na Etiópia
O Governo central etíope está em conflito militar com a Frente Popular de Libertação do Tigray (TPLF) há cerca de um ano. Entretanto, o Governo dos EUA tem apelado repetidamente a negociações entre as partes etíopes do conflito.
Na Guiné-Conacri, os militares depuseram o Presidente de longa data Alpha Condé no início de setembro. Desde então, o líder dos golpistas, Mamady Doumbouya, governa como Presidente interino.
No Mali, houve recentemente dois golpes militares. O primeiro, em agosto de 2020, quando forças militares lideradas pelo Coronel Assimi Goïta derrubaram o então chefe de estado Ibrahim Boubacar.
Depois, em maio de 2021, Goïta depôs o chefe civil de um Governo de transição e nomeou-se presidente interino. Ambas as derrotas foram duramente criticadas internacionalmente e os responsáveis sancionados.
Neste domingo (02.01), o Governo de transição do Mali pediu à Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) mais cinco anos para completar o período de transição política, após o golpe militar de 2020.