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PolíticaEstados Unidos

EUA: Troca de acusações marca primeiro debate eleitoral

Tainã Mansani | com agências
11 de setembro de 2024

No EUA, o primeiro debate entre Kamala Harris e Donald Trump na noite de ontem foi marcado por troca de acusações. O republicano apelidava a adversária de marxista, já a democrata questionava a sua relação com Putin.

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O debate presidencial entre Donald Trump (republicano) e Kamala Harris (democrata)
Donald Trump (esq.) e Kamala Harris (dir.) enfrentaram-se naquele que pode ser o único debate presidencial antes das eleições de 5 de novembro, nos EUAFoto: Metthew Hatcher/AFP/Getty Images

No EUA, o primeiro debate entre a candidata democrata Kamala Harris e o republicano Donald Trump aconteceu na noite desta terça-feira (10.09) no estado Pensilvânia e poderá ter um peso importante nos resultados das eleições em 5 de novembro.

Com Harris e Trump frente a frente pela primeira vez na noite de ontem, o debate arrancou às 21h, hora local, oferecendo por 90 minutos aos norte-americanos uma visão mais detalhada de uma campanha, que mudou drasticamente desde o último debate em junho, quando o Presidente Joe Biden se retirou da disputa, após um desempenho desastroso.

O debate iniciou com Kamala Harris a cumprimentar Donald Trump com um aperto mão, após hesitação do republicano, já que ele Joe Biden não se cumprimentavam. A democrata parecia nervosa, inicialmente, mas faz o que Joe Biden não conseguiu: atacar Donald Trump.

O republicano insistiu na linguagem dos anos 1980 — chamar Kamala pejorativamente de "camarada" e aludir a outros clichês do período da Guerra Fria. Trump chegou mesmo a chamar Harris de "marxista", lembrando que o pai da democrata era um economista marxista. Ela respondeu com risos.

"Ela é marxista. Todo mundo sabe que ela é marxista. O seu pai é um professor marxista de economia", disse Trump. 

Os confrontos no Médio Oriente também fizeram parte da acesa discusão entre Trump e Harris
Os confrontos no Médio Oriente também fizeram parte da acesa discusão entre Trump e HarrisFoto: AFP

Temas em cima da mesa 

Economia interna, política para o petróleo, sistema de saúde e segurança social, aborto, a invasão do Capitólio, foram alguns temas debatidos, além da imigração e das guerras. Como esperado, o tema das guerras no Médio Oriente e na Ucrânia exaltaram os ânimos.

Num tom acirrado, os candidatos divergiram sobre a política do Médio Oriente. Donald Trump acusou: "Ela odeia Israel e ao mesmo tempo a sua própria maneira a população árabe.”

Sobre a Ucrânia, Trump prometeu que acabaria com a guerra em 48 horas, mas a democrata rebateu e, acusou Trump de manter laços e ser manipulado por líderes autoritários, disse que "Putin o comeria ao almoço".

Na visão de Kamala Harris, "Putin estaria sentado em Kiev com os olhos voltados para o resto da Europa, a começar pela Polônia. E por que não diz aos 800.000 polácos americanos aqui na Pensilvânia o quanto você desistiria rapidamente em nome de um favor e do que  o senhor acha que é uma amizade com o conhecido como um ditador que o comeria ao almoço?

Trump insistiu no tema da imigração, como esperado, e usou a sua primeira fala para levar a conversa ao tema. Trump acusou imigrantes irregulares de comerem cães e gatos, e Kamala reagiu com incredulidade.

Migrantes cubanos nos EUA aguardam processo nos serviços de migração
Migrantes cubanos nos EUA aguardam processo nos serviços de migraçãoFoto: Carl Juste/Miami Herald/TNS/Photo via Newscom/picture alliance

Eleitores

Por outro lado, com frequência, Trump afirma a ideia de que imigrantes tomam os empregos dos norte-americanos de origem africana. Neste quesito, uma intensa batalha está a ser travada na Geórgia por esses eleitores, que representam um terço da população do estado, a maior proporção de afrodescendentes em qualquer um dos sete estados do campo de batalha que decidirá a eleição presidencial de 5 de novembro.

Na Geórgia, o cidadão William Bryant diz: "Os nossos jovens negros, de 18 a 30 anos, devem saber a importância de votar e saber que o seu voto é importante.”

Já Chris Edwards entende que "Kamala não oferece uma solução ou um plano. A única coisa que ela oferece é um slogan bonito para irritar as pessoas. Mas ela não oferece nenhum tipo de plano do que podemos esperar se ela se tornar Presidente. E, para mim, isso é um problema, Eu vou votar no Trump”.

De acordo com uma pesquisa da Marista Poll para a rede "NPR" publicada nesta terça-feira (11.09), Kamala obteria 49% dos votos a nível nacional, enquanto Trump somaria 48%, uma diferença tão pequena que está dentro da margem de erro estatística e, portanto, representaria um empate técnico.

Em todo os EUA, a maioria das pesquisas têm apontando uma diferença pequena entre os candidatos. Mas o confronto da noite de ontem poderá dar ao vencedor uma vantagem decisiva na corrida final para o dia da eleição.

À lupa: Kamala Harris - a ligação africana

 

Tainã Mansani Jornalista multimédia