Exército da Nigéria diz que 6.000 extremistas se renderam
3 de setembro de 2021O anúncio foi feito na quinta-feira (02.09) pelo porta-voz militar Bernard Onyeuko, várias semanas depois de o Exército nigeriano ter anunciado que cerca de 335 militantes tinham deposto as armas.
As deserções seguem-se também à morte do líder do Boko Haram, Abubakar Shekau, em maio. O controlo de Shekau sobre o grupo radical enfraquecera nos últimos anos, depois de uma fação separatista conhecida como Estado Islâmico na África Ocidental (ISWAP, na sigla em inglês) começar a ganhar força.
O líder do ISWAP afirmou que Shekau morreu num ataque suicida após uma batalha entre os dois grupos. Analistas acreditam que alguns dos extremistas podem agora estar a desertar porque não querem juntar-se ao ISWAP, escreve a agência de notícias Associated Press.
"Situação muito difícil"
O governador do estado de Borno, Babagana Zulum, apoiou a rendição dos militantes, mas reconheceu que as deserções colocam a região numa "situação muito difícil".
"Temos de escolher entre uma guerra sem fim ou aceitar cautelosamente os terroristas rendidos, o que é realmente doloroso e difícil para qualquer um que tenha perdido entes queridos, difícil para todos nós e mesmo para os militares, cujos colegas morreram", disse Zulum.
O grupo extremista Boko Haram tem travado uma guerra contra a Nigéria desde 2009. A insurreição espalhou-se entretanto aos países vizinhos, nomeadamente os Camarões, Níger e Chade. O conflito já fez dezenas de milhares de mortos e deslocou mais de 2,3 milhões de pessoas na região do Lago Chade, segundo as autoridades.