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Família de Mido Macia continua à espera que se faça justiça

Milton Maluleque (Joanesburgo)22 de abril de 2014

Mido Macia foi assassinado em fevereiro de 2013. Mas a família do taxista moçambicano que vivia na África do Sul ainda não recebeu uma indemnização e o julgamento do caso não avança. A família quer saber porquê.

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Foto: picture alliance / dpa

Em fevereiro do ano passado, Mido Macia foi algemado à parte de trás de uma viatura da polícia sul-africana e, depois, foi arrastado pelas ruas de Joanesburgo ao longo de centenas de metros. A cena ficou registada em vídeo e correu o mundo. Mido Macia foi encontrado morto na sua cela.

Até agora, não se sabe em que ponto está o julgamento dos nove polícias acusados do assassinato de Mido Macia. A família do taxista moçambicano também continua à espera de receber uma indemnização das autoridades sul-africanas.

Sem resposta

Südafrika Polizei tötet Taxifahrer
Familiares de Mido MaciaFoto: AFP/Getty Images

José de Nascimento, advogado da família, enviou em agosto passado uma carta ao ministério sul-africano da Polícia, para saber mais informações sobre o processo e por que razão o caso não avança. Até agora, o advogado ainda não recebeu uma resposta.

"Estamos obviamente a considerar o passo seguinte, que seria instituir uma ação contra o ministro da Polícia", diz. "Espero que ainda consigamos uma negociação com as autoridades sul-africanas, de modo a chegarmos a um consenso. Se pudermos negociar essa compensação será muito melhor do que ir a tribunal."

Outros casos pendentes

Zweli Mnisi, porta-voz do ministério da Polícia, confirma a existência da carta reivindicativa.

"Não respondemos até aqui devido à complexidade do processo", afirma Mnisi. "Atualmente, estamos também a solucionar outros processos, como é o caso de Marikana", onde membros das forças de segurança sul-africanas mataram 34 mineiros durante um protesto.

Prevê-se que a última fase do julgamento do caso Macia decorra entre 26 de maio a 14 de junho, no Tribunal Superior de Delmas.

[No title]

O Tribunal de Primeira Instância de Benoni decidiu em outubro do ano passado atribuir uma caução aos nove polícias acusados do assassinato de Mido Macia, depois de se ter recusado a atribuí-la por duas vezes.